O MITO DA LIBERDADE




 Com muita propriedade, escreveu Emil Kaluf, em na peça, Monólogo de um rapaz de 20 anos, que retrata um paralelo muito fiel, do Filho Pródigo bíblico, história contada no Novo Testamento, e um jovem dos tempos mais atuais, mas que vale como parábola das mais aplaudidas, sempre que apresentadas por ator que viva o personagem na própria carne. Assim representava o meu saudoso amigo Pedro Antônio, daqui de Ipausus.

Bem, Emil Kalu, entre outras coisas, leva o Filho Pródigo a concluir que "LIVRES, SÓ AS COISAS O SÃO". Já se disse algures, também que "muitos e muitos crimes são cometidos em nome da liberdade".

Ao analisarmos a vida humana, descobrimos que nada nem ninguém consegue sobreviver isolado. Por mais que cada qual se considere único, até pela etmologia da palavra INDIVÍDUO, não há como bater no peito e confirmar essa impressão.

 Somos todos dependentes, limitados por circunstâncias de tempo e espaço e muito pouco, mas muito pouco mesmo, conseguimos fazer de nossa vida um voo livre pelo tempo que nos é dado viver neste mundo.

Não se é livre nem para se escolher a própria liberdade, sem que ela envolva custos significativos. Para se chegar aonde se quer, há preço a ser pago, e não há como regatear. 

Havemos de pagar com juros e correção cada sonho que compramos para o nosso coração. E mesmo os objetivos e ideais escolhidos, jamais são de pristina pureza em sua origem. 

Sempre somos influenciados a escolher entre "A" ou "B" ou "C" diante dos balcões da vida o que desejamos levar para casa. O livre arbítrio, onde se fundam algumas doutrinas modernas, é de extrema e frágil sustentabilidade.

Somos todos movidos por forças instintivas, genéticas, ambientais e por um sem-número de fatores que nunca chegaremos a avaliar em sua totalidade.

De minha parte, a esta altura sexagenária da vida, para lograr um bem-estar relativo, procuro, o mais que posso, escutar o que a Natureza de mim requer, em termos palpáveis e impalpáveis. Nem sempre ela é cordial e materna, mas é sempre sábia e, ao fim e ao cabo, concluo que vale a pena interagir com os ditames naturais e não querer ser mais realista do que o rei.

0 comentários:

Postar um comentário

Comentários sempre serão bem-vindos!
Para assinar sua mensagem, escolha a opção "Comentar como -Nome/URL-" bastando deixar o campo URL vazio caso você não tenha um endereço na internet. Forte abraço!

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...