SE EU MORRESSE AMANHÃ

SE EU MORRESSE AMANHÃ ...

Álvares de Azevedo

Se eu morresse amanhã, viria ao menos 
Fechar meus olhos minha triste irmã; 
Minha mãe de saudades morreria 
Se eu morresse amanhã! 

Quanta gloria pressinto em meu futuro! 
Que aurora de porvir e que manhã! 
Eu perdera chorando essas coroas 
Se eu morresse amanhã! 

Que sol! que céu azul que doce n’alva 
Acorda a natureza mais louçã! 
Não me batera tanto amor no peito 
Se eu morresse amanhã! 

Mas essa dor da vida que devora 
A ânsia de glória, o dolorido afã… 
A dor no peito emudecera ao menos 
Se eu morresse amanhã! 


Manuel Antônio Álvares de Azevedo[1] (São Paulo, , 12 de setembro de 1831  Rio de Janeiro, , 25 de abril de 1852) foi um escritor da segunda geração romântica (Ultrarromântica, Byroniana ou Mal do século), contista,dramaturgo, poeta e ensaísta brasileiro, autor de Noite na Taverna.[



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