DESARMANDO AS ALMAS


Programas "Mundo-Cão" nada acrescentam.


*Geraldo Generoso


Jorge Werthein não é um nome conhecido em nosso país. No entanto é uma personalidade de influência mundial na educação, na ciência e na cultura. Sim, porque ele foi  representante da UNESCO ( que faz parte da ONU0. E, o assunto que  trouxe à baila, interessa muito de perto, muito mais a nós do que a ele : a violência mostrada na televisão brasileira.

            O informe deu na  AE ( Agência Estado), em matéria do jornalista Hugo Marques 

"Weirthein, em fase de recuperação, foi obrigado a ficar dentro de casa na última semana. Acompanhou a programação diária das principais emissoras convencionais e a cabo... disse "q

ue ficou profundamente   assustado com  filmes  veiculados no período da  tarde, quando grande parte das crianças estão em casa". Na mesma reportagem, Jorge Werthein  recomenda que 

"os pais reclamem ao Procon: - "quando compramos algum produto que está podre ou com prazo vencido temos a possibilidade de reclamar no Procon . Estamos fazendo isso com a mídia eletrônica ? Não !"- concluiu o representante da UNESCO.


Omissão do Poder Público


            O governo federal tem-se ocupado em combater efeitos, e até o momento tem desprezado essa causa venenosa e letal, que são os programas sobre violência na televisão.

           O que ao público em geral é oferecido de bom com tais programas de latrocínio, sequestros e mortes. Apenas aumenta o medo que já é grande, mormente nas pessoas habitantes de grandes centros? A não ser aos anunciantes e as redes de tv, quem lucra com tais espetáculos de horror?



           O redirecionamento da mídia só ocorrerá se houver uma atitude séria e responsável do Estado para com as gerações que ora se intoxicam com os dardos inflamados da telinha.
        
          Da tela da tv que escorre sangue da maioria de seus  programas, com Datenas, Resendes e outros que muito rendem em ibope para as emissoras.

            O Plano Nacional de Segurança Pública, de iniciativa do governo federal, contou  com 11 itens. Que bom se completasse uma dúzia com dispositivos que melhor direcionassem a programação das emissoras brasileiras. 

         Estamos  em franca desvantagem em matéria de programação televisiva. Isto não se justifica por nossa condição de país de Terceiro Mundo .  Conter a violência, eliminando as causas, ainda que a médio e a longo prazo, seria  também uma forma de economia.  
       
          Todavia, em síntese, a solução capaz de mudar essa sintonia fatídica e de péssimo gosto, somos nós próprios, telespectadores, influindo familiares e amigos, com vistas a saber exigir o que, na verdade, é um direito de consumidor de informações. 

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