MÃE DIANTE DA JANELA



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Á   JANELA  ILUMINADA

Bem antes que, do berço, o espontâneo sorriso
De lábios infantis se abrisse à vida incerta,
Uma mulher sonhou, na Terra, o paraíso,
Modelou nosso ser, em sonhos e desperta.

E quando, um a um, de asas pandas e abertas,
Para colmeias outras, entre a lágrima e o riso,
Um dia partem os filhos a deixar deserta
A casa que era sua, às vezes, sem aviso.

Qual noctâmbula ave se põe à janela
De insônia iluminada, ansiosa espera ela;
Rega de pranto a ausência! Onde andam? Sabe-o Deus.

Reza, sofre e na própria dor que a crucifica,
Sua bênção recai sobre o filho que fica
E àquele que partiu sem sequer um adeus.

Geraldo Generoso 1992






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