LIÇÕES DE JESUS PARA A VIDA TERRENA

 

Do livro em preparo :

De Homem  para homem

Auto  ajuda segundo Jesus Cristo


Nota introdutória

             Este  livro se limita, tão somente, a expor  conceitos e noções práticas para uma vida feliz, aqui e agora. Naturalmente, alguém perguntará  se é  este  mais um livro religioso? A resposta é: Não. Será que se trata das exposições de um  ateu ou agnóstico?  Também Não.
 A proposta é  tão somente  compilar os ensinamentos de um autor insuspeito, cujas mensagens, há mais de dois mil anos, se revelam  atuais e,  merecidamente,    foram e são chamadas de Boas Novas.
A excelência dos ensinos e exemplos  de Jesus Cristo, exercidos em seu curto período de vida terrena, são perfeitamente demonstráveis. Eles são comprovadamente  corretos, práticos e  eficazes em toda e qualquer situação.
Deixo claro que, como poucos, este livro pode ser lido por indivíduos das mais diferentes denominações cristãs, ou de quaisquer outras religiões e, sem sombra de  qualquer dúvida, até por pessoa que se diga  descrente.
Dar-me-ei por feliz se, aqueles que se dizem ateus (que negam  a existência de Deus); ou agnósticos (que acham Deus inatingível e sem influência na vida humana), se dêem ao trabalho em dispensar uma atenção, por menor  que seja, a esta abordagem prática sobre os ensinamentos daquele que é chamado Mestre por bilhões de pessoas.
Em nossas leituras,  deparamo-nos habitualmente  com autores que se ocupam em escrever e analisar os escritos  dos grandes filósofos. Oferecem releituras sobre as obras desses sábios. Há e sempre houve esses autores, felizmente, a enriquecer  com suas  publicações, os ensinamentos que nos legaram tantos gigantes do saber.
 “De homem para homem” consiste  na extração de ensinamentos de Jesus Cristo na arte de viver a vida na Terra, da melhor forma possível, com amor, paz,  plenitude e felicidade.
1.      O MAIOR NO REINO DOS CÉUS

NAQUELA mesma hora chegaram os discípulos ao pé de Jesus, dizendo: Quem é o maior no reino dos céus?
E Jesus, chamando um menino, o pôs no meio deles,
E disse: Em verdade vos digo que, se não vos converterdes e não vos fizerdes como meninos, de modo algum entrareis no reino dos céus. (Mateus, Capítulo 18)


Antes se faz necessário entender o que Jesus afirmava ser o reino dos céus. Ele o situou como estando dentro “de nós mesmos”.  Em uma comparação feliz, ensina  Ele que o maior no reino de Deus é aquele que se transforma numa criança. Claro, criança no sentido positivo, e criança, na época de Jesus, membro  do povo israelita, era algo que transcendia todos os valores estabelecidos, como dádivas divinas. É de se crer que poucos povos se revelaram tão zelosos nesse aspecto.
A criança nos serve de modelo pela configuração de sua mente descondicionada.  Para o exemplo trazido à baila pelo Mestre, é uma criatura humilde, sem hipocrisia, limpa de coração, espontânea, às vezes de uma franqueza nem sempre desejada pelo universo adulto. Vezes outras até emite conceitos aparentemente absurdos, porque uma criança não se cinge a convenções, ao hoje tão propalado politicamente correto. Há tantas políticas incorretas, e houve tantas delas ao longo do tempo, que as práticas de governança até hoje ainda clamam por aperfeiçoamentos e retoques.
           A receita de Jesus quanto a “tornar-se numa criança”, se refere  aos adultos. Aos chamados mais velhos que, ao correr da vida,  a cada passo deixam  cair seus pedaços de inocência e esperança ao longo de sua trajetória.
           Cansam-se nessa caminhada, até chegarem como farrapos de seres humanos  apreensivos, ranzinzas, teimosos, desesperançados e, numa palavra: infelizes. Este é o efeito,  com seu séquito de pesares, a quem mata a criança dentro de si mesmo, hipnotizado pelo motivo  que a sociedade lhe incute de  levar a vida exageradamente a sério. Ou de tentar acrescentar à vida as benesses do consumo, da vaidade,  do luxo, da tola ostentação que não preenche a existência com o significado que cada qual, como espírito que é, requer para a sua paz e felicidade verdadeiras.

Portanto, aquele que se tornar humilde como este menino, esse é o maior no reino dos céus.
E qualquer que receber em meu nome um menino, tal como este, a mim me recebe. (Mateus, Capítulo 18)

            Longe da exortação da humildade se constituir numa limitação à pessoa, trata-se do cultivo de uma estratégia, sem qualquer malícia bélica ou astuciosa, em fazer o melhor para si mesmo no cenário terreno.
Você pode notar no seu dia a dia como tais pessoas, infelizmente muito raras, são benquistas no meio em que vivem. Às vezes, mesmo sem absolutamente o desejar, causam inveja aos ricos e poderosos, que se preenchem com  símbolos ou posse de bens materiais, ainda que saibam (sem disso se convencerem no íntimo) de que todos esses símbolos  e dotes são efêmeros e não encerram felicidade alguma.
Receber uma criança, no sentido de a ela ser receptivo, como se portou Jesus nesta passagem de Mateus, é entrar  nessa energia de pureza. É identificar-se com um estado de espírito puro e cristalino. É mudar a mente para uma sintonia que leve a vida menos a sério, e  de forma mais branda  se sinta a vida de forma mais plena.
 Este ato de “receber um menino” é abrir o coração para o sopro de uma vida diferente,  ainda não calejada pelos condicionamentos  nem acorrentada a hábitos sedimentados da rotina e da visão unilateral para os dias, sempre os mesmos. E, pior ainda, dos preconceitos que se acumularam  diante dos incidentes e acidentes da vida, a que cada ser humano vive sujeito no plano terreno.

       6.Mas, qualquer que escandalizar um destes pequeninos, que crêem em mim, melhor lhe fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma mó de azenha, e se submergisse na profundeza do mar
       7. Ai do mundo, por causa dos escândalos; porque é mister que venham escândalos, mas ai daquele homem por quem o escândalo vem! Mateus Cap. 18
           
            A esta altura, é possível desdobrar o pensamento de Jesus na grande responsabilidade de que cada pessoa se reveste na sua vivência. Assim como há personalidades que legaram ao mundo, depois de deixarem o cenário humano, uma influência duradoura nas gerações seguintes,  desgraçadamente há seres que deixam um legado nocivo para as gerações que os sucedem.
            A responsabilidade, sob esse aspecto, é tremendamente assustadora. Não bastasse a fracassada experiência vital experimentada no seu tempo e espaço, há indivíduos que corrompem as gerações mais novas e das mesmas fazem atores infelizes a continuar sua desditosa experiência e modus vivendi. Como se não coubesse responder pelos atos passados e presentes, passam tais escandalosos a acumular, com seus atos, resultados danosos para o futuro, que por sua vez pertence a outras criaturas.
            Viver como uma criança é também viver o momento presente com toda a intensidade. É manter na mente um plug capaz de crer no bem, ainda que ele seja absurdo, ou acreditar na possibilidade de ser feliz, mesmo quando tudo conspira em sentido contrário. Afinal, desde quando se pode explicar matematicamente o que vai dar certo ou que não irá ter sucesso em qualquer atividade humana?
            À primeira vista parece fácil se tornar criança. Não necessariamente ingênuo, mas pleno de vida e viço no pensar, no sentir, o que logo reflete  por contágio, até mesmo na disposição física de quem a acolhe, como o demonstra a psicologia e a fisiologia.
            A intransferível responsabilidade paterna convida a uma reflexão profunda sobre o viés de seu significado. Jesus Cristo nomeia Deus como pai e esta configuração de sentido torna cada pai terreno em um co-criador dos filhos que traz ao mundo.
            Tornar-se numa criança é fazer-se transparente, puro e naturalmente ainda mais humano para com as coisas e pessoas ao redor. O espírito infantil revela uma disposição humilde para aprender sobre novas coisas, pessoas e situações.
 Isto ocorre, em grande parte, pela disposição mental dos pequenos em tentar descobrir e redescobrir novos significados na própria vida. Não é o que parece acontecer com os adultos, infelizmente, na maioria do curto tempo desta existência, se revelarem impotentes em viver o momento presente.
É fato notório que na vida de um cientista, envolvido em pesquisas ou descobertas,  com a mente sempre treinada para o que há de novo, tais tarefas absorvente ao extremo se revelam num delicioso passatempo, em que o raciocínio viaja para muito longe. O caminho das descobertas se desbrava aos poucos, numa consecução feliz de passos certos, às vezes ensaiados com suor e insônia, mas sempre são compensadores.
Outro aspecto importante é a capacidade imaginativa da criança. Oras, está mais do que evidenciado que tudo provém do invisível, do imaginado, do sonhado no coração humano.
Ninguém mais do que um menino ou uma menina são capazes dessa proeza. Dotados de uma fé inquestionável são capazes de crer  até no absurdo.
Todavia, o absurdo, no mais das vezes, quando se concretiza, mostra-se natural e compreensível. Para se fazer um sonhador e perseguir o próprio sonho é preciso se tornar numa criança, entregue aos folguedos da infância, longe do mundo adulto calcinado pela rotina dos problemas definidos como insolúveis .
Quando Jesus, de forma viva, clara e pública, apresentou um menino que estava na multidão, certamente quis passar estas lições. Até porque, quando ele menciona que “o maior no reino dos céus deve se tornar uma criança”, em outra parte ele definiu  de forma clara: “o reino de Deus está dentro de vós mesmos.” (Lucas, 17,20)
A criança tem muito mais facilidade em crer, acreditar, em resumo, ter fé do que um adulto. Porque o adulto deixa a alma calejar nas pelejas de lutas, nem sempre válidas, movidas por interesses nem sempre elogiáveis.
É preciso se fazer numa página em branco para que as tintas do hoje se nos façam decifráveis, como mapas de um novo tempo. Para isto urge um enfoque de inocência, com a capacidade de crer até no impossível, porque é exatamente aí que atingimos as franjas do céu.
Acriançar-se não significa, necessariamente, um retrocesso na estatura e nos pensamentos. É uma transformação, ao feitio de um processo de alquimia espiritual nos próprios sentimentos e na percepção da vida, com mais sensibilidade e menos apreensão.
Este processo é também (e Jesus conhecia muito bem a força dos condicionamentos) uma forma de se descondicionar de hábitos, pensamentos e sensações que,  por via dos moldes da sociedade,  a pessoa  acaba por limitar-se num samba de uma nota só. Sempre o mesmo, com as mesmas formas de ver o mundo ao redor, a sociedade e a própria família.
Quem não é capaz de abrir os olhos para as coisas novas, ou antes, vendo com olhares novos as mesmas coisas, cedo ou tarde vai experimentando uma cegueira nos próprios atos, e até com certa empáfia  chega a exclamar: “esse é o meu jeito de ser”.
Na verdade, o seu jeito de ser deve ser o melhor jeito para si mesmo. Nenhuma teimosia compensa a felicidade em renovar-se e vestir-se de outras idéias e formas de pensar.
Os ensinamentos de Jesus formam um tecido que se entrelaça de forma bela e inconfundível. Quando ele afirma que “estreita é a porta que conduz à vida eterna”, há aí uma reiteração de que há a necessidade do aspirante aos céus transfazer-se numa criança, de molde a facilitar esse ingresso à mansão celeste.
Por esta expressão entende-se que o céu começa aqui mesmo, na convivência, no trato diário com as pessoas, naquilo em que se acredita e, sobretudo, na capacidade de sonhar com dias melhores.
De ponta a ponta nos ensinamentos do Mestre, todas as advertências e ensinamentos são válidos para esta vida, portanto, não se excluem desses benefícios, nem mesmo os ateus e agnósticos (os que acham Deus inacessível e incompreensível).
Aqui mesmo no seu tempo e no seu espaço, há espaço e tempo para a criança que você ressuscitar do âmago de sua alma, com a compreensão de que a humildade, a inocência, a inofensividade e a fé sem limites formam  os tesouros maiores com que se adquire a verdadeira felicidade.

Para isto não é preciso desencarnar. Do contrário, que sentido faria um ensinamento de Jesus Cristo que não fosse para ser aplicado a partir desta vida, aqui e agora?

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