CONFISSÃO A MAAT

Confissão a Maat


 Este sistema de confissão era usual no Antigo Egito e está preservado entre as tradições rosacruzes. Na verdade, é um pouco diferente do modelo de confissão que o fiel, dirigindo-se ao padre, fala sobre suas faltas e este o absolve dos erros. Esta Confissão a Maat é um encontro direto com Deus, e o fiel se apresenta como Puro. Na verdade, os egípcios já tinham a concepção que Cristo explicitou em sua fala aos fariseus, ao dizer: "Eu o Pai somos um" e " O Reino de Deus está dentro de vós mesmos" . 


Maat era a palavra usada pelos antigos egipcios para designar a Verdade. Tornada uma divindade, havia um templo a ela dedicado.
Seu símbolo era uma pena, transportada em cerimônias e procissões para indicar a ideia de que "A Verdade prevalecerá", ou ainda, "Assim será a Verdade".   (Algo semelhante ao nosso "Assim seja")

Ao lado da múmia encerrada em seu túmulo, depositava-se o "Livro dos Mortos". Nele estava contida a "Confissão a Maat", que o morto haveria de recitar, quando estivesse no Tribunal de Osiris.

Dizia a "Confissão a Maat":

Glória a Ti, Ó Grande Deus, Senhor de toda a Verdade! 
Venho a Ti, Ó meu Deus, à Tua presença trago o meu ser, para tomar consciência de Teus decretos.
Eu Te conheço e estou hamonizado Contigo e com Tuas quarenta e duas leis (*), que Contigo se manifestam nesta Câmara de Maat.
Em verdade, coloquei-me em harmnonia Contigo, trazendo Maat em minha mente e minha Alma.

Por Ti destruí a maldade.
Não fiz mal a seres humanos.
Não oprimi os membros de minha família.
Não pratiquei o mal no lugar do direito e da verdade.
Não convivi com homens indignos.
Não exigi consideração especial.
Não decretei que um trabalho excessivo fosse feito para mim.
Não apresentei meu nome para enaltecimento.
Não privei de bens os oprimidos.
Não fiz ninguém passar fome.
Não fiz ninguém chorar.
Não causei dor a nenhum ser humano ou animal.
Não espoliei os Templos de suas oferendas.
Não adulterei os padrões de medida.
Não invadi campos alheios.
Não usurpei terras.
Não adulterei os pesos da balança.
Não afastei o leite da boca das crianças.
Não fechei a água quando ela devia correr.
Não extingui a chama quando ela devia arder.
Não repeli a Deus em suas manifestações.
Sou puro! Sou puro! Sou puro!



Segundo uma das muitas tradições criadas em torno de Maat (a deusa), ela seria filha de Rá e de um passarinho que, apaixonando-se pela luminosidade e calor do Sol, subiu em sua direção até morrer queimado. No momento da incineração, uma pena voou: era Maat. 
Admitiam, outrossim, que essa era a pena usada por Anúbis para pesar o coração daqueles que compareciam ao Tribunal de Osiris.

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