Lá pelos anos de 1950, viveu e morou num sítio no município de Timburi –SP, um Pai de Santo, conhecido como CAPIXABA. Ele
fazia sucesso com enorme clientela que vinha de perto e de longe.
Era um negro já idoso, que morava num rancho,
só ele e a mulher. Ele atendia sua
freguesia ali mesmo na varanda, ou,
quando o caso era mais reservado, a pessoa entrava numa saleta onde ele
tinha um altar com santos e santas pra
todos os gostos. Certo dia apareceu em sua tenda um moço um tanto estouvado,
que parecia estar passando por um sério problema, apesar da boa aparência.
Capixaba, grande psicólogo, sentiu a
delicadeza da situação e fez o consulente entrar para a sua Sala de Milagres.
- Ei, Zinfiio, ce tá fromoso, mais tem arguma coisa que
num anda bem na vida do zinfiio. Pai Capixaba vai dá jeito pa zinfiio. Pode
desembuxá !
- Sabe, Pai Capixaba, eu e minha mulher vivíamos muito
bem. Pra dizer a verdade pro senhor, Painho, a gente vivia como dois irmãos.
Tudo na santa paz.
- E aí, Zinfiio. O casamento do zinfiio num deu mais
certo, e o pai Capixaba já vai dizê porquê. É o que acontece com todo casá que
vira irmão.
- O que aconteceu Painho? Por que foi acontecer isso
comigo? Minha mulher fugiu com o Jorjão Empreiteiro do sítio das Palmeiras e
não me deixou nem notícia.
- Zinfiio num devia istranhá, não - disse Capixaba
soltando uma enorme baforada do pito de fumo forte.- Agora o zinfiio arrumô
mais um parente.
- Como assim, Painho Capixaba?
Ela arrumô um cunhado pra ocê. Hó, Hó, Hó... Agora vassuncê arruma
uma cunhada pra ela e fica tudo do memo tamanho.
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