RESTOS E VAZIO

     S

               Está, meu coração, ermo e 
 vazio,
               É uma casa soturna e abandonada,
               Sem teto, sem varanda e sem calçada
               Exposta ao vento, ao sol, à chuva e ao frio.

               Dantes coberta de flores no estio,
               Hoje é um escombro entre a cinza e o nada,
               Recordando uma vida já passada,
               Que foi feliz e que já se esvaiu.

               Tudo recordo, de tudo relembro:
               O céu azul das tardes de setembro,
               O frouxo dia em morna despedida.

               E o coração que foi de amor transbordo,
               Já viu as ilusões a bordo
               Da nau do tempo sobre o mar da vida.

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