EDUCAÇÃO ACIMA DE TUDO?
* Geraldo Generoso
Ninguém, em sã consciência, pode subestimar o valor da
educação. Essa postura faz parte de um consenso firmado há milênios, desde
tempos anteriores a Cristo em Israel. A tal ponto o povo israelita priorizava a
educação que não fazia restrição em desativar uma sinagoga para transformá-la
em uma escola.
No
entanto, ao correr do tempo, as circunstâncias passadas e mormente as presentes – justificam um questionamento a
tão delicada questão, quase um tabu.
Para
melhor situar a questão no tempo e no espaço, tendo em conta as várias nuances
que abarcam o tema – temos observado que
educação não faz milagres nem serve de passaporte, na quase totalidade das vezes, a uma melhoria real do ser humano.
Detenhamo-nos,
por um só instante, sobre estes
momentos angustiosos da atualidade
brasileira. Quantos e quantos – aliás
todos eles – dentre os envolvidos nos escândalos, que aí estão para se
escolher: mensalão, correios, mensalinhos e no momento os desvios no
Ministério dos Transportes – são todos educados de diplomas reconhecidos.
Engravatados, civilizados à exaustão, alguns com pós-graduação no exterior, aí
pululam soltos e saltitantes, entre eles até quem renuncie a se candidatar a
uma vaga para o Congresso, onde continuarão como personagens de outros dramas,
tristes e vergonhosos para a Nação brasileira.
Educação,
portanto, na acepção específica do termo, pelo visto, deve ir mais longe em seu
significado. Deve ir além de munir o educando com conhecimentos, que até servem
para refinar a ambição e permitir a indivíduos
desqualificados moralmente a galgar posições onde possam, mais ainda, ir em
prejuízo do bem comum.
A
educação precisa voltar-se para a Espiritualidade, em seu sentido vertical e
não apenas na cidadania ciosa de direitos explícitos sem a contrapartida dos
deveres morais e sociais de cada indivíduo.
Todos
esses saqueadores dos cofres públicos, vampiros do suor e sangue do povo
brasileiro, sem exceção, são indivíduos plenamente educados.
Educação
requer disciplina, hoje relegada a último plano, do maternal à faculdade. É
preciso educar as consciências, como veículos do Espírito, sem confundir
acúmulo de conhecimentos com dignidade, títulos, com honra e saber, com vergonha.
O
que justifica a posse de conhecimentos é o seu emprego positivo e constante em
favor dos demais seres humanos, pois ninguém se educa para viver para si mesmo
e para a própria família.
Os
grandes filósofos da humanidade, tais como Sócrates, Platão, Aristóteles e
outros tantos, sempre mantiveram suas vidas pautadas pela ética como condição
para passarem à história na condição de sábios.
Sem o caráter que demonstraram
em suas vidas, todo o conhecimento de que foram dotados se constituiria em mera
petulância ou vã intelectualidade, sem qualquer respeito a inspirar as gerações
que os sucederam.
Os
lares, infelizmente, estão carentes de bons exemplos por falta de tempo dos
pais para orientar seus filhos no rumo da verdadeira educação. As Escolas, por
melhor que sejam, jamais substituirão a
família na sua arte instintiva de educar.
A
maioria das igrejas, infelizmente,
algumas ciosas mais dos dízimos que recebem pelos milagres realizados por Deus
do que pela verdadeira espiritualidade, capazes de fazer grandes homens, também
não preenchem com plenitude esse requisito indispensável de forjar caracteres
nobres para uma Nação realmente justa, ordeira e progressista.
- -o autor escritor e
jornalista. – E-mail: braunaster@gmail.com
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