Como está agindo a Rede Globo diante da Greve dos Caminhoneiros no Brasil?
Não há quem, em sã consciência, seja incapaz de reconhecer o valor dos motoristas de transporte no Brasil. São simplesmente heróis, sem qualquer dúvida ou contestação.
Seria fastidioso ressaltar o óbvio do quanto de esforço a profissão exige dos caminhoneiros brasileiros. Não bastassem as agruras das estradas ruins (no País há muitas estradas sem pavimentação); o conhecido perigo - às vezes fatal - de violência com sequestros seguidos de morte, a vida longe de casa etc., e ainda a isto se acrescente - de modo geral - a remuneração não é digna do esforço despendido e da importância de cada um desses soldados da roda.
Tenho notado, em conversas pessoais e nas Redes Sociais, muitas pessoas - que com justo motivo entende a razão da classe caminhoneira, que muitas pessoas estão insatisfeitas com a posição da Rede Globo nos noticiários sobre este assunto do momento.
A Emissora do Plin Plin, de fato, passa essa impressão. Não se cansa em alertar para a falta de tudo, o caos na distruição de mercadorias, os danos que toda a sociedade brasileira está sofrendo com esta greve nacional dos caminhoneiros.
Como sempre busco neste meu espaço, que já não é particular, sempre procurar a síntese em qualquer tema. Procuro olhar a questão sempre acima da primeira impressão.
A Rede Globo - não estou a defendê-la -, mas tem plena consciência do papel que exerce na opinião pública. Você e eu sabemos o quanto poder existe numa rede que domina o Brasil com força quase onipresente.
Procuro entender essa questão, da forma mais objetiva possível, Sei de muito de vocês que discordarão do que vou dizer, mas se você ponderar bem, vai constatar que, pelo menos em parte, minha visão não é de todo incorreta sobre esse assunto.
Afirmei, e você concorda, até mesmo se, como eu, não assiste muito televisão, que a Rede Globo é poderosa. Muito poderosa. Coloca poder nisso. Dispôs, no passado, de até mais poder que hoje, mas continua sendo o maior e, em certos pontos, decisivo para influir no comportamento das pessoas e das famílias brasileiras.
Vamos por parte. Em primeiro lugar, essa emissora, como eu e você, sabemos do maciço apoio que recebeu a greve dos caminhoneiros. Nunca me esqueço de uma frase de meu avô, um devorador diário de jornais de muito lúcido.
Afirmava ele que uma revolução ou uma guerra sempre resultava de uma greve. Não que ele fosse contra esse direito (no tempo que todo mundo era contra), mas que a greve pode comparar-se a um resfriado ou gripe que, em muitos casos, acaba por resultar em doenças sérias e até fatais.
Imagine você se a TV Globo colocasse mais lenha na fogueira, ou para usar uma metáfora mais do momento, lançasse mais gasolina na fogueira da greve dos caminhoneiros. O circo pegaria fogo totalmente.
Quando a emissora enfoca a situação de desabastecimento, que se tornou um caos: sem alimentos, sem remédios e similares, sem combustível, que é o sangue do país, pela imobiblização compulsória dos transportes, ela leva cada brasileiro a pensar no que fazer.
Por exemplo, economizar certos itens de consumo na medida do possível. Sempre leva cada telespectador a refletir sobre o que fazer.
Mesmo sem criticar o governo federal, tem mostrado o quanto ele é ineficiente; o quanto é alta a carga tributária, o quanto o Brasil é frágil, com a desestruturação de sua vida política, de um momento para o outro.
Felizmente, a greve está no fim. Digo felizmente até pelos próprios caminhoneiros, os grandes atores do progresso do Brasil, pois só chegaram a mobilizar este protesto, parando o País, porque não suportavam mais as medidas vigentes.
Também cumpre registrar que há mais de um ano o Governo sabia, ou deveria saber, que a situação dos transportadores era crítica. Quje mais dia menos dia ia acontecer o que aí está. E com maiores consequência num governo que está a encerrar-se no fim deste ano.
O notíciário que tenho acompanhado deixa implícito que pouca coisa irá mudar, se mudar. É apenas um precário remendo que esse Governo vai colocar na roupa da Nação.
A reavaliação da cobrança de impostos (temos mais de 90 modalidades) - no caso específico o PIS, COFINS, vai exigir que se aplique tributos a outros setores, porque senão a conta não fecha. Aliás, já agora não está fechando.
E o Congresso Nacional tampouco tem poder para atuar nesse sentido, já que não lhes é permitido determinar renúncia fiscal de um tributo sem indicar outra fonte de receita.
Pois bem, eu teria muito a expor, mas o seu tempo lhe tenho como precioso. E o assunto daria até um alentado livro, de muitas páginas.
Aliás, ao tentar analisar as coberturas que a Globo tem feito, que a princípio me indicou parcialidade, digo em resumo que entendi o modo de abordagem que ela está adotando como verdadeiro senso de responsabilidade.
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