Existe atalho para a Graça ?
Não me encontro no melhor dia para aqui expor as ideias do momento, como momentâneo e efêmero é tudo nesta vida. Estou de alma e coração abertos para respostas e comentários que me puxem pelas orelhas, que protestem ou apoiem, mas me darei por satisfeito se esta mensagem puder alcançar o maior número possível de amigos e amigas do google que rasga todas as fronteiras deste mundo.
Amigo ou amiga. Você que, talvez, neste momento esteja buscando a Paz, ou por outras palavras, a Divindade, peço sua licença para colocar as minhas ideias. E que comente, concorde, discorte no todo ou em parte.
Antes, preciso, com sua vênia, em breves palavras falar sobre minha vida pessoal, inteira feita de busca espiritual. Por tradição em meu país, (Brasil), fui conduzido ao catecismo e aquelas noções primárias que todos conhecem: Jesus, concebido do Espírito Santo e Salvador do mundo; pecado original, veniais e mortais; santos que atendiam promessas etc.
Mesmo para os meus 6 anos de idade, todas aquelas lições não respondiam as perguntas que pipocavam, mas que era pecado colocar, porque Deus não gostaria que desobedecesse o que a catequista me havia dito.
Por morar em zona rural, não frequentava missas - como era de obrigação imposta pela Igreja Católica. Vivia de forma a mais natural possível, sendo capaz de viver a cada momento, na paz da casa grande de meus avós.
Até que, em 1960, aos 12 anos de idade, por instância de minha avó, fui encaminhado a um Seminário, onde fiquei recluso por um ano. Estranhei que os padres professores não recomendassem, e até indicavam não aprovar a leitura da Bíblia judaico-cristã, ainda que sempre houvesse um exemplar disponível para a leitura por parte dos seminaristas.
Um dos meus primeiros questionamentos com um dos padres - o oblato de S.José (Pe. Justino) foi colocá-lo na parede após a leitura do Livro de Jó. Sobre esse livro, o patriarca da Independência do Brasil, José Bonifácio de Andrade disse tratar-se de "uma obra prima, incomparável, tanto quanto o Fausto, do grande Goethe.
Voltando à questão apresentada ao Pe. Justino, eu entendia que o Livro de Jó tinha alguma coisa que carecia de ser melhor explicada. Eu não conseguia admitir Deus, o Todo Poderoso, se dado a jogar com o Diabo, justamente sobre um feliz cidadão, quieto no seu canto, a desfrutar merecidamente de uma vida tranquila.
Ouvi, depois, por parte de leigos, que Deus nada mais fez do que provar ( a quem, a Si mesmo ? ) a fidelidade de seu "servo Jó". Que no fim triunfa, num grande final feliz, 7 vezes mais bem-aventurado.
Meu questionamento (dada a concepção que me levaram os ensinamentos religiosos) era o fato de que, se Deus era Onisciente, (ciente de tudo, de presente, passado e futuro) e, ademais, Jó era fruto, como criatura da qual o Criador era Autor, único e exclusvo.
Bem, apesar de o Google (esse milagre que veio Depois de Cristo), me permita o quanto de espaço eu quiser ocupar com minhas letras, em respeito a você, caro internatuta, vou procuarar resumir o quanto possível o que tenciono dizer.
À medida que fui crescendo, em tamanho e consciência, deu para perceber que este mundo faltava pouco para ser o inferno. Não ainda na infância, onde tudo era alegria e pureza, próprias da inocência, e esse é o foco que pretendo abordar.
Minha vida na fazenda, cheia de patos, marrecos, sempre com os 2 cachorros de meu avô, com o burro Douradinho. Sempre a acariciar uma égua manga-larga (que nem sempre aceitava meus inocentes agrados), eu sabia o que era ser feliz.
Mas passou o tempo e a inocência. Fui vendo que o mundo, na realidade, era uma luta que cada qual de nós foi jogado e precisava lutar, querendo ou não. Foi assim que me ocupei em estudar misticismo, força do pensamento positivo, teosofia, rosacruz etc.
Amanhã, 19 de julho completo exatos 70 anos. E a esta altura, constato que de nada me valeu tanta busca, tantas perguntas sem resposta, tantos questionamentos sem ninguém para responder.
Durante todo esse tempo, que pela Bíblia Judaico-Cristã estabelece a média de vivência de um ser humano em 3 vintenas mais 10, devo confessar, amigos, que os questionamentos não só não foram resolvidos, como aumentaram em número e complexidade. E me consolo ao ler que o simpático e carismático filósofo grego (muito mais sábio que a maioria de nós) disse com todas as letras, e não por modéstia : "A ÚNICA COISA QUE SEI É QUE NADA SEI".
Pois bem, eu me alongaria muito em justificar as contradições dos pensamentos em voga sobre religião, toda e qualquer religião. Entre outras coisas, a fundamental que todas apresentam é abrir nosso coração para a felicidade.
Descubro, após noites insones de meditação laica, despido de qualquer religiosidade, que orar, pedir a um Poder Supremo qualquer coisa, na maioria das vezes são pedidos sem resposta. Sejamos sinceros conosco mesmos, não adianta, por temor ou religiosidade, achar que isso é relativo ou, talvez não sem razão, alertar-nos que "Deus sabe o que faz, e o Homem não sabe o que fala".
Pois bem, nem preciso voltar aos cafundós da minha aldeia rural, para constatar que há, sim, seres que irradiam felicidade e não sabem orar ou rezar. Basta-me abrir uma porta aqui do meu velho racho, e eis que surge, a se espatifar de alegria, o meu cachorrinho Totó. A exemplo de todos os cães que têm a graça de ter um dono para amar, enxergo nos olhinhos amarelos de meu pequeno e sincero amigo, a expressão de verdadeira, autêntica e legítima felicidade por me ver e pular ao meu redor.
Não será desse Amor que salva, verdadeiramente visível, de que mais precisamos? Se o Amor é o segredo para ser feliz, concluo, com toda a certeza, que os animais, sim, são racionais bem-sucedidos, porque sabem melhor do que nós, humanos, viver a felicidade de amar verdadeiramente.
Voltarei ao assunto. E daqui para a frente, nos textos seguintes, o blog será sempre direcionado para a questão da busca da verdadeira felicidade, que as religiões, por si mesmas, fruto de um medo irracional do Creador, nos incutem mais problemas do que soluções. Interaja, me ajude a abrir uma picada nesta floresta de tantos enganos, mentiras e panos quentes para suportar o drama da existência.
Geraldo Generoso, escritor brasileiro. Que não quer convencer, apenas conversar e te ouvir.
|
0 comentários:
Postar um comentário
Comentários sempre serão bem-vindos!
Para assinar sua mensagem, escolha a opção "Comentar como -Nome/URL-" bastando deixar o campo URL vazio caso você não tenha um endereço na internet. Forte abraço!