ESTAÇÕES DA VIDA (Poema)



GeGê BRASIL




Quando,
Do chão bruto,
No outono,
Ao abandono
Cair
O derradeiro fruto.

Quando,
O inverno abrupto
Chegar
Tremulando
Sobre as folhas grisalhas
Do verão de luto...

Quando emergir,
Esbatida e turva,
Numa curva,
A imagem curva
De uma anciã sofrida.

Relembrarei
Aquela face moça
Que cuidei como louça
E, na rotina insossa,
Sem quebrei quebrei.

Assim,
Bem lá no fim
Da estrada,
Restará, outrossim,
O que ficou disperso:
Uma rima, talvez,
Do  último verso,
Pela última vez.

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