Permanência ou Extinção Definitiva?
Estou cheio de mortos,
Meus e alheios,
Conhecidos e desconhecidos,
Anônimos e queridos.
De mortes estou cheio.
Pleno de mortos
Por diversos meios,
acolho-os sem receio
Para abraçá-los
Ainda que sem corpos,
A eles ouço
E com eles falo
Numa fala sem osso.
Porém a vida,
Em ocasiões tais
Me dá uma sacudida
E um arrepio me traz
A evidência doída
Para deixá-los,
Além dos valos,
No descanso em paz.
Mas no entanto,
Essa minha procissão
De ausentes em número tanto
Insiste a povoar-me
A alma e o coração.
Haverá, contudo,
irrecorrível decisão:
quando me for a hora chegada,
Num dia quieto e mudo.
Eles e eu seremos tudo,
Ou em inversa situação,
Imergiremos no eterno Nada
Nessa definitiva conclusão.
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