CONFISSÃO DO TIMBURIANO
Brotei não por acaso em Timburi
E em árvore me fiz a vida inteira,
Tento, pois, encarnar essa madeira
E a seiva que em criança lá hauri;
Das águas, pelo pranto que verti
Dos seus orvalhos e suas cachoeiras.
O encanto do amor que me sustenta,
Vêm-me, talvez, das ruas acanhadas;
De pássaros a assoviar, violas dolentes...
Mais que a ferro, são marcas carimbadas.
Os sanguíneos barrancos das estradas
Parodiando a Janela do Poente.
De Timburi carrego em mim a roça
De soluços redondos de carroça,
De cascos de cavalos marchadores.
Muito mais do que a terra, a paisagem,
Eu trago esta saudade que me coça
E ao mesmo tempo anestesia as dores.
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