MEU ESTAR NO MUNDO
Tenho apenas no trecho
Pavimentado de dias,
Em mão única, o desfecho,
De minhas dores e alegrias;
O próprio sentido deixo
Invisível em minhas vias.
Sobre os meus dias vividos
Cobertos serão de um véu,
Como sobre os não-nascidos
Sobre o mar, a terra ou o céu.
Talvez em momento miúdo,
Só em pílulas de lembrança
É o que restará de tudo
Sobre o meu fantasma mudo:
Saudade sem esperança.
Nem mesmo as belas imagens
Construídas de olhar ou sonho,
Levarei na viagem das viagens
De um mundo que eu quis risonho
Na realidade e em miragens.
A saída não lamento,
Faz ela parte do jogo,
É por isso bem aceita.
Não haverá mais tormento,
Inda que a fé seja um logro
Espero ouvir a trombeta,
E se a vida for malogro
Foi uma farsa bem feita.
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