POEMA DA NECESSIDADE

POEMA DA NECESSIDADE

Não é preciso tanto mais
Como nos tempos de Drummond,
Brincar tantos carnavais,
Pois hoje a TV os traz
Dentro de casa e a pleno som
Em imagens sensuais.

Não há qualquer necessidade
De ir-se a qualquer igreja,
Mais que em alta fidelidade,
Do Intróito ao Assim Seja,
Em total comodidade,
Vêm as bênçãos de bandeja
Sem ter que ir à cidade.

Doutras coisas se precisa:
Um PC, um celular,
Um bom carta que se visa
De crédito para comprar,
Sem saldar se amortiza
Pelo pouco que pagar.

Deseja-se, em realidade,
Acrescentar-se em produtos,
O eu que sente o vazio.
Mui pouco importa a cidade,
São notas sociais os lutos,
Só um a mais que saiu.
Não mais se usa a saudade.


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