CORRUPÇÃO: ASSUNTO DO MOMENTO

O que mais assusta na corrupção é que ela acaba por contaminar todos os poderes da República. República que, por sua denominação, significa um governo de todos, com leis que freiem a preponderância dos fortes, provisoriamente postos como mandatários da Nação.

A corrupção tem vários tons, mas se enraíza no vício do povo de achar que tudo é normal. E até há, entre muitas pessoas, infelizmente, a mania de procurar o velho caminho das pedras. Facilitações batizadas de “jeitinho brasileiro”, onde se colocar a criatividade a serviço de furar a fila dos direitos e burlar a fila dos deveres.
Há a irregularidade do nepotismo, em que o político detentor de cargo público acumula a folha de pagamento com parentes. Há o clientelismo, em que retribuindo a moeda do voto, a qual é cunhada a cada 4 anos, se oferece vantagem indevida, não prevista nos cânones da boa administração. Há, igualmente, o populismo, que procura arrebanhar votos com benesses as mais diversas, de forma irresponsável com a austeridade e o princípio da igualdade, com consciência em favor do bem de todos.

Ainda de fresca data, neste mês de setembro, a imprensa tem dado conta de movimentos organizados, a partir das redes sociais, mormente do facebook, em que milhares de pessoas já protestaram no Rio de Janeiro e alastra-se para outros Estados da Federação.

Neste aspecto complexo, podemos constatar, com alívio, que a Polícia Federal tem dado mostras de eficiência e competência. Tem apurado casos e mais casos de corrupção, como se pode conferir pelas várias modalidades midiáticas. Por outro lado, lamentavelmente, o Judiciário, principalmente nas altas esferas, tem caminhado, ao que parece, na contramão desse saneamento. Haja vista os últimos acontecimentos com a desconsideração de provas matérias comprovadas Operação Boi Barrica.

Em contrapartida, cumpre nutrir uma certa esperança, fruto das reivindicações públicas recentes, da formação de uma Frente Parlamentar Anticorrupção. Essa frente há existe há algum tempo, mas agora veio à tona com mais vigor, inclusive apta a solicitar informações ao STJ sobre atitudes que não lhes parecessem ser de direito. Especialmente com a invalidação de provas do aparato policial, habilitado para efetuar escutas telefônicas com autorização judicial, e que acabam sendo anuladas.

Sempre ouvia dizer, e não acreditava, que o povo pudesse balançar o poleiro das elites políticas, encasteladas no Poder, de forma a desafiar até mesmo novas eleições, onde se perpetuam, ao modo deles, por via do voto. Felizmente, admito incorreta a minha dúvida, pois aí está o povo nas ruas e, de certa forma, o galho está balançando mais em favor do povo que prima pela ordem, pela regularidade e pelo trabalho em favor de uma Nação com justiça e progresso para cada um de nós, brasileiros.

(Geraldo Generoso, de Ipaussu: Especial para TRIBUNA DO POVO (Mundo Novo MS, Brasil)

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