Não é admissível que não haja um mecanismo para vetar essa excrecência do sistema, dito democrático, de 30 partidos políticos, na realidade iguais em sua maioria, com o único intuito de usufruir das benesses que a lei admite como válidas, qual seja a de receber verbas do Fundo Partidário.
Aliás, fundo mantido pelo povo, com os impostos pontuais e avultados, a que o cidadão está sujeito. A rigor, essé número ocioso de agremiações políticas, até levou o próprio Poder Legislativo a tentar conter essa avalanche, que tanto pesa na bolsa pública, estabelecendo o que se denominou por cláusula de barreira.
No entanto, o Supremo Tribunal Federal não entendeu assim. E a farra continua, agora mesmo com o Prefeito Kassab criando o PSD, que nada tem do antigo partido homônimo, figurante de proa na história pátria.
Nos Estados Unidos se polarizam as disputas pelo voto popular, por via de 2 partidos: Democrata e Republicano. O interessante até é que não há um dispositivo que a isso obrigue, - o bipartidarismo é consagrado pelo próprio povo americano, que não se deixa de acompanhar a política e bem entender os seus meandros.
Fala-se em financiamento público de campanhas. Oras, isso, ainda que em proporção não tão elevada, já existe. Há políticos que vivem de montar e manter partidos, embora saibam que não emplacam nem jamais emplacarão seus candidatos.
Foi a partir daí que o Poder Legislativo, em nível federal, houve por determinar certas condições, em que para obter fundo partidário e ter existência jurídica legal, os interessados em criar novas siglas cumprissem determinadas exigências, até mesmo tendo o lastro do voto, que é o que consagra a democracia popular.
Mas o Supremo Tribunal Federal, no uso de sua sapiência presumida e que está acima do senso popular - mesmo quando o povo é vítima dessas mazelas, e de tantas outras, colocou uma pá de cal em cima dessa regulamentação. A tal ponto que nem a Imprensa se preocupa mais em levantar essa questão. Ou quando o faz, é de forma ligeira e superficial.
De há muito parece que tudo se acostumou à homogeneidade de uma mediocridade impensante. A Oposição deveria entender que, mesmo sendo menor em número, já que o governo de coalização e captação de políticos está a todo vapor, deveria botar a boca no trombone e anunciar essas mazelas, e cobrar providências e pôr esta casa em ordem, chamada Brasil.
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