LOUCURA, RAZÃO E SENTIMENTO


O bem que você pratica, ao torná-lo em ato dentro do cenário do mundo, jazia dentro de você antes que se tornasse na  realidade que o gratificou, como ser humano. Esta afirmação parece se reduzir ao óbvio, quase a um chover no molhado, mas se analisada em seu contorno mais profundo, poderá ensejar muitas deducões em vários sentidos.

Por outro lado, numa comparação em extremo oposto, o mal que se perpetra neste mundo, antes de ocorrer, primeiro passou pela mente do sujeito. Mais propriamente pelo ego, a orbitar sob a força de vários fatores, que não se pode limitar a um simples texto.

Mas podemos afirmar, sem medo de equívoco, que apesar de se alinhar tantas causas para os resultados que se verificam a cada segundo, e que os noticiários destacam como um prato cheio para discussões de especialistas, na verdade tudo se reduz a uma causa que se pode chamar de única: a consciência de cada pessoa.

Hoje mesmo, e durante todo o transcurso da semana, um crime polarizou a atenção, massivamente, de toda a população brasileira. O assassinato de Eloá pelo namorado Lindenberg. O assunto disputou com novelas de elevado Ibope em todas as redes de TV. Não que se subestime a gravidade do fato, lamentável e irremediável, ainda que o criminoso se ocupe em pedir perdão milhões de vezes à família da vítima. Vitimada também foi a família e cujo drama permanece, como resquício de um pesadelo interminável.

Há eventos imprevisíveis e inexplicáveis, que só podem ser debitados à insânia. E parece que ninguém, mormente os responsáveis, não só autoridades de governo, mas autoridades de cada área do conhecimento não parecem ir mais fundo nestas fatalidades. Com todo o respeito que merece a Justiça, cravando 98 anos e ainda alguns meses por cima, de prisão ao condenado, lá vem a flagrante contradição de que a Constituição não permite mais do que 30 (anos de cadeia).

E quanto papel e quanta gente envolvida, a custos consideráveis, para chegar ao óbvio, àquilo que está claro até para uma criança com mínimo bom senso. Lá se enfeixaram milhares de páginas para um teatro real, em que com muito menos seria possível resolver o assunto.

Mas em suas fortalezas praticamente inexpugnáveis, os profissionais do Direito - seja porque os legisladores assim dispõem, seja por tradição que se aliena da realidade - encompridam a história, complicam o que é prático e obscurecem o que é lúcido. Como se dissessem: sempre foi assim e assim precisa continuar. O negócio é complicar e não deixar que ao povo, mesmo entendendo mais do que eles, não seja dado o direito de pensar, menos ainda de falar, com pena de cair no ridículo e ser taxado de ignorante.

Não há como se ajustar a essas posturas, pretensamente modernas, em nome de uma pseudodemocracia, sem que não nos rebelemos contra esse status quo vigente: inércia, falta de ação concreta, espírito prático e, sobretudo, o bom senso.

Hoje estamos criando uma população medrosa, sem iniciativas próprias, adstritas a um figurino limitado que não deixa espaço para se pensar, refletir e ao menos tentar fazer um mundo melhor, um País melhor. Repito que não me refiro aos governantes somente, ainda que suas folhas de serviço não sejam lá das melhores, nem passem da medíocre nota 5 para a maioria. E até nota zero para muitos que de longa data atravanca qualquer tentativa de renovação para os instrumentos da lei e das diretrizes norteantes da sociedade.

Em síntese, falta uma seriedade de propósitos, ações inteligentes que coroem iniciativas práticas e eficazes. Preocupa-me que, dentro de pouco tempo, outros crimes se perpetrem, a sangrar nas telas dos televisores, sem que se busque criar uma sociedade mais responsável, com mais estrutura e solidez de princípios.

Mas vamos esperar isto de quem? De religiosos que recebem,  das mãos de pessoas desesperadas, a paga pelos milagres do próprio Deus? Oras, minha gente, vamos arregaçar as mangar e, cada qual na sua função, tentemos mudar o que está aí. Não de regime capitalista para comunista ou qualquer outra ideologia. Vamos buscar seriedade no afã de criar um mundo melhor a partir do que as pessoas já trazem dentro de si mesmas, como cópias autenticadas de uma Inteligência Suprema e Misteriosa, que rege este Universo, do átomo às galáxias ilimitadas.

Entre aqui em "comentários". Abra o seu coração e a sua boca, porque assim como Criador construiu o mundo com o Verbo (palavra) nós também podemos recriar o que está aparentemente perdido. Existem soluções em todos os setores, se a boa vontade imperar e realmente for levada a sério, consciente das enormes possibilidades deste mundo que se renova a cada dia, e nem sempre disso damos conta.

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