RECURSO POÉTICO ESQUECIDO


A arte poética, nos dias atuais, principalmente pelos recursos visuais da mídia, multiplicados em número ilimitado pela internet, se traduz num ingrediente atrativo para as pessoas lerem, sentirem e passarem adiante. 


Mas se nos voltarmos a um passado, historicamente não tão distante, apesar do galope do progresso experimentado de meados do século 20 a esta data (2012), iremos contatar que a poesia, presente nos saraus de séculos passados, atingia muito mais o sentimento das pessoas do que atualmente. 

Limitando-nos ao Brasil do século 19, para não ir a uma fase mais remota , era comum as pessoas se reunirem para ouvir declamações poéticas. Onde a poesia se apresentava de corpo e alma; letra e som , com suas devidas entonações, onde se calcavam emoções compatíveis com os poemas.

Creio ser esse um filão inexplorado. Não se pode deixar a poesia reduzida apenas ao recurso do texto, mesmo com todo o respeito que devemos aos concretistas. O verbo há que se fazer carne para ocupar um lugar maior no espaço da emoção emitida.  Observo – e isto é comum – nem sempre o poeta é o mais indicado para declamar os próprios versos.  Nem obrigatoriamente deve ele, como autor, possuir o dom interpretativo de um declamador.

A poesia de nosso tempo bem que merece ser acrescida desse recurso.  Há muito ainda por escrever, nem todas as palavras – rimadas ou não – foram grafadas e declamadas. Sempre resta o que dizer, mesmo que, em se enfocando um mesmo assunto, por outras palavras possa ficar melhor e mais expressiva, se a tanto puder contar com a ação de um intérprete, que sinta em si mesmo  o que o poeta antes sentiu na própria alma

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