Esta página tem dupla utilidade de informação. Se de um lado aqui abro espaço, consultando os alfarrábios de um homem que se considerava – na teoria e prática – um sedutor, por outro também serve de advertência às mulheres, no sentido de se vacinarem contra eventuais investidas do sexo masculino.
Chamemo-lo pelo exótico nome de Karika. Pouco dado à escrita, contudo em horas de descanso ao seu pincel de pintor, ele se colocava, na madrugada, a rabiscar anotações, algumas tidas como princípios infalíveis, na arte da conquista do elemento feminino. Os que lerão estes conselhos do pretenso mestre, em muitos aspectos já superados pela evolução dos costumes, certamente gostariam de ter, pelo menos, alguns detalhes do perfil desse impagável personagem.
Em sua vida nunca leu Karl Marx, mas em que pesasse sua total ausência de teoria – e de prática – confessava ser um comunista de carteirinha. Na verdade, gostava mesmo de manter sua carteira recheada com pelegas de notas de mil cruzeiros, e disso não fazia segredo. Também se definia como boêmio. Não mantinha qualquer preconceito contra os chamados vícios permitidos: cigarro, cachaça, cerveja e...mulher.
No tempo dele ainda não se falava em ponto “G”, mas Karika tinha uma letra para designar o ponto de eclosão erótica do sexo feminino: a letra “P”, abreviando a palavra papo. Como indumentária, preferia terno de linho branco e sapatos bem engraxados. Mesmo quando não estava em alto astral, proibia-se terminantemente, a si e aos discípulos conquistadores, que andassem de cabeça baixa: “Você nunca vai ver um leão cortejando uma leoa com a juba caída” – ensinava com ênfase.
Outro ingrediente para o “ataque” era o uso de desodorante e, como perfume, usava e recomendava lavandas discretas: ” Perfume forte em macho não pega bem.” Karika era um homem que estudava todas as investidas às suas presas, ainda que sempre reiterasse – não gostava de moças muito novas, que não sabiam ainda o que era a vida e que podiam trazer transtornos. Desde moço, sempre preferiu mulheres acima dos 30 anos.
Às feministas de plantão, cumpre destacar que hoje estas anotações são válidas tão só a título de registro de um tempo em que, feliz ou infelizmente, está superado pela evolução em suas tantas modalidades. São páginas soltas do diário de um “don juan” que os costumes ultrapassaram, servindo apenas como memórias, o que não é pouco.
Em sua pose de mestre de Cupido, não se cansava de repetir um chavão bastante antigo, já mesmo no seu tempo: “Não existe mulher impossível; o que existe é mulher mal cantada” . E, atento à censura e ao bom humor, ajuntava : “com honrosas exceções...para a minha mãe e a sua”.
Todavia, ele era teimoso e acabou por se valer de um expediente antigo, porém presente até nas novelas de hoje, com muito bom resultado. Não bastasse ter proposto noivado à sua bela mestra – como a chamava – ainda a levou a uma loja para escolher os móveis do “futuro lar que construiriam juntos.”
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