O DESEJO DE SER IMPORTANTE

A Psicologia tem várias vertentes, que se entremeiam em termos às vezes equivalentes mas com sentidos nem sempre os mesmos. Na oportunidade, gostaria de enfocar o centro gravitacional da teoria de  Alfred Adler (Viena, 7 de fevereiro de 1870Aberdeen, 28 de maio de 1937), psicólogo austríaco. Em princípio, ele trabalhou com Freud, mas achou que o então mestre superestimava o fator sexual como determinante do comportamento humano.

O cerne de sua teoria é a de que o indivíduo sempre busca notoriedade. Considera inato o desejo de ser importante, a ânsia de ser grande. E quando o sujeito não logra atingir esse anseio, advém o complexo de inferioridade, que pode se distorcer para sintomas realmente sérios, o que exige, então, a intervenção psicoterapêutica.


Adler via as pessoas como entidades biológicas diferenciadas umas das outras, únicas em sua forma de ser e de viver(Lebensstil). Além deste princípio de unidade, ele entendia como existe   um  dinamismo a direcionar a vida de cada pessoa.

Mais ou menos coincidente com a teoria de Viktor Frankl, Adler admite que as pessoas têm uma meta a atingir e que as condiciona ao direcionamento desse objetivo. Este assunto foi mais esmiuçado pelo psiquiatra Viktor Frankl, com a teoria sobre o Sentido da Vida.

O indivíduo amolda-se a um feitio peculiar para a busca da  realização desta meta. "Adler também enfatizou a relação entre a pessoa e seu ambiente social e enfatizou ação no mundo real sobre fantasia."                                

Segundo Adler, todos nós sentimos, no início da vida, uma ânsia de superar nossas limitações e deficiências porque, inevitavelmente, há uma comparação com os adultos, ante os quais levamos franca desvantagem. É a partir dessa concepção que Adler resume, quase literalmente, o desejo de "ser grande".

Esse processo nem sempre está isento de complexidades. Tanto pode haver o complexo de inferioridade puro e simples, como o complexo de superioridade que, em síntese, é ainda mais difícil de se lidar do que o anterior.

Ou o indivíduo busca inserir-se no meio social e nele se tornar uma peça, com mais ou menos valia, ou, por conta de distúrbio emocional, passa a ser apático e, em casos extremos, até passa a ser doentio, na convivência com os demais e até consigo mesmo. A tendência de toda pessoa normal, segundo esse autor, "é buscar, por todos os meios possíveis, a superação de sua inferioridade", real ou imaginária.

Na verdade, as teorias de Adler são válidas. Na verdade, ele foi um médico psiquiatra muito cioso da verdade na aplicação de seus conceitos e não hesitou em romper com Freud, seu mestre, a quem desde o início, sempre teve restrições quanto à preponderância sexual na personalidade.

A essa grande figura, tão bem dotada de sabedoria e que tantos e relevantes serviços prestou em sua área de atuação, bem como pelas suas teorias que até hoje permanecem, em parte, como válidas, o nosso preito de perene gratidão e respeito imorredouro.

                               

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