AOS ATEUS E DESCRENTES

Conheço muitas pessoas amigas, descrentes confessas  de qualquer espiritualidade ou transcendência em relação à realidade terrena. Gosto demais  dessa gente. São sinceras e reconheço, sem qualquer dificuldade, essa transparência e essa franqueza  em dizer: "não acredito em vida após a morte; não acredito que exista um Criador, tudo não passa de criações de pintores e poetas essas figuras santificadas que fazem parte do panteão dos deuses das várias raças."

       Como bem soa a letra daquela bela canção  do Renato Teixeira, "Tocando em Frente", exatamente naquele trecho em que enfatiza : "cada um de nós carrega a sua história".  Quer queira quer não, a própria fé em cada ser humano se rege por muitas condicionantes: o ambiente doméstico, social, os desafios da vida, as carências ou abundâncias em excesso, tudo concorre para burilar  cada coração ao formato de sua própria crença ou descrença.


     Há razões para se duvidar do céu ou do inferno? Claro que as há. Se não há para você um motivo assim, ou vários, feliz de você que acredita, pois a fé sempre faz bem. Minora o sofrimento, eleva a autoestima, provê a autoconfiança e propicia melhores condições para se enfrentar a vida. Mas para aqueles que duvidam, a quem muitas vezes as pessoas fanáticas  chegam a estranhar e maldizer, creio haver necessidade de um olhar isento e objetivo, porque esse ateu pode  ter uma história bem diferente da sua ou da minha.

     Para começar, Deus é invisível. As pessoas espiritualistas dizem que Deus é espírito, espírito não se vê, se crê. Aí vêm também os evangelhos que têm como figura central um Ser expecional. Ele é o CARA, conhecido como Jesus Cristo. Oras, esse Homem realmente é excepcional. Num mundo cheio de mediocridades e mesquinharias, é difícil o bom senso entender que possa haver uma pessoa  como Ele foi e continua sendo para os que creem. Para todos quantos O tem como Mestre, ou como Filho de Deus, Sábio, Herói  ou um Super-Homem.

     Ele extrapolou tudo o que a imaginação humana  é capaz de conceber.  Como se pode falar, sem polêmica, de um homem que ao simples comando de voz a própria morte (como no caso da resssurreição de  Lázaro) se estremeceu de um ponto a outro do cemitério? Como acreditar que um homem, morto de forma tão cruel, depois de sepultado, dali a pouco, 3 de seus discípulos se deparam com Ele no caminho de Emaús? E O reconhecem somente pelo seu jeito de partir o pão?

    Sabe o que acontece com os ateus? Nada mais do que o fato de acreditar que tudo isso "é bom demais para ser verdade". De fato foge por completo da realidade terrena a vida e obra de Jesus Cristo, a tal ponto que é difícil mesmo de se admitir, quando outros fatores concorrem para se duvidar. Tudo isso extrapola o territória da razão.

     No entanto, só um pormenor. Esse homem viveu há mais de 2000 anos. Muitas personagens históricas fizeram e aconteceram, criaram e derrubaram impérios; muitas delas foram uma bênção para o mundo - e felizmente são em grande número, entre os santos, os sábios, os heróis, os grandes poetas. Só que esse Homem chamado Jesus, nascido numa manjedoura de Belém, que viveu em não mais que um raio de 100 km, palmilhando as terras da Galileia, assessorado por rudes pescadores, sem nenhum preparo anterior,  por mar e terra, é lembrado todos os dias, a todo o momento em todos os lugares do mundo.

    Se a qualidade justifica a fama, como dizia o antigo slogan da empresa automobilística  DKV Vemag, havemos de convir que, gratuitamente, esse personagem que mudou a face do mundo, se de fato Ele não fosse verdadeiro, há muito tempo já teria sido esquecido ou substituído por outro, de quem se pudesse contar  histórias parecidas. Bons escritores não faltam, só que, na verdade, Jesus Cristo ainda continua e permanecerá em moda para sempre. Quem quiser ser famoso, respeitado, conhecido e venerado até o final dos tempos, que tente fazer o que Ele fez,  e tente falar em Amor sem repetir o que Ele afirmou: "Amai-vos uns aos outros como EU vos amei".