A RELATIVIDADE DOS SENTIDOS

REALIDADE  E   INCERTEZA
Geraldo Generoso
Somos escravos, pretensamente convictos, sobre a verdade de  tudo quanto vemos, ouvimos, cheiramos e tateamos.  Para a maioria esmagadora dos indivíduos, essa configuração se revela pétrea, fatal e absoluta.

            Em certo sentido, por dispormos dessas 5 pontes que nos ligam à apercepção de nosso mundo circundante, essa circunstância acaba por se tornar determinante, às raias de uma falsa certeza. Não há como negar aquilo de que a pessoa se apercebe por via dos órgãos dos sentidos.

            Talvez a tese de René Descartes (La Haye en Touraine, 31 de março de 1596 – Estocolmo, 11 de fevereiro de 1650 ) filósofo, físico e matemático francês, a famosa expressão filosófica “Penso, logo existo”, não destoa de uma assertiva irmã “Sinto, logo existo”. O verbo sentir aqui empregado, situa-se na relação a tudo o que o indivíduo experimenta por via dos 5  portais de recepção do mundo.

            Por falar em filósofo, não tão destoante dessa via, há a afirmação atribuída a Aristóteles [ nascido

ano ano 384 a.C.,  em Estagira, Grécia ; e falecido no ano  322 a.C., Cálcis, Grécia ] de que “Nada há na 

mente que não tenha, antes, passado pelos sentidos”.

            Obviamente, a realidade de que se fala e se ouve falar e sobre a qual se estuda, no mais das vezes acaba por se firmar como única e absoluta.

            Em termos de ampliação da capacidade das percepções humanas, pelos vários meios de que se dispõe – lentes possantes para ver, amplificadores potentes para a audição, a rigor conduz à verdade de quanto a realidade é relativa.

            Se alguém contempla a lua a olhos nus, sentindo a poesia do luar, e outra pessoa faz o mesmo – olha para a lua -, através de um telescópio, obviamente se defrontará com os mares ilusórios e crateras gigantescas, qual entre os dois indivíduos está com a razão no que tem diante dos olhos? Isto em formas  diametralmente opostas uma da outra.


            Isto evidencia a relatividade de tudo quanto temos como visível no universo de que somos parte. Seja de uma forma ou de outra, no caso específico da lua, objeto de desejo dos cientistas e dos enamorados, simplesmente é o que é.

 E aí entra o mistério que está além mesmo da própria visão – natural ou ampliada. A lua simplesmente e´, como todas as coisas e seres simplesmente são, constituídos de uma essência que extrapola  tudo quanto seja possível deles aperceber-se.

            Sem esforço poderíamos perceber que tudo quanto se faz visível, provém do invisível, do impalpável, a corroborar a frase de que o Verbo se fez carne.

           



            

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