Geraldo Generoso
Não gosto de desmerecer as atitudes do meu país, mas,
infelizmente, o Brasil continua a caminhar na contra-mão da história. Adota medidas que, literalmente, não deram e
não darão certo nem aqui nem na China.
Sim, e falo em termos concretos: Em
1935, a China desarmou a população ordeira. De 1948 a 1952, 20 milhões de
dissidentes políticos, impossibilitados de se defenderem, foram caçados e
exterminados.
Pessoalmente,
causa-me consternação só o fato de contemplar uma arma. Para mim, o sinônimo real
e fatal, nu e cru, de uma arma é nada mais do que uma máquina para matar.
Mas há algo acima de todo e qualquer sentimento humano: o instinto natural de
defesa. Com este instinto, pela sabedoria da Natureza, somos levados a cogitar
no estatuto da legítima defesa.
O
bom senso revela, de modo pleno e irrefutável, que os cidadãos de bem têm as
suas almas desarmadas, desafeitas aos crimes. Respeitam as leis e conhecem os
limites. Isto não ocorre com os facínoras, para os quais não existe nenhuma
lei, nem as do desarmamento nem sobre as demais.
De nossa
Polícia não se pode exigir o dom da Onipresença, capaz de se fazer presente em
nossa defesa nos momentos de necessidade e aflição face a um bandido
irresponsável que intente contra nossa integridade e a de nossa família.
As autoridades – civis, militares e
eclesiásticas – possuem resguardos que as colocam, pelo menos em tese, na
desnecessidade de portar armas. Possuem guardas bem equipados, verdadeiros
arsenais para as protegerem dia e noite. Esta é uma idéia que não deu certo em
outros países e também aqui no Brasil, por analogia, só trará problemas para o
cidadão de bem, agora impossibilitado – se essa lei do desarmamento vingar – em
ficar , mais ainda, mercê da sanha de meliantes, dia e noite.
Tanto esta proposta não é nova que, em 1911, a Turquia desarmou a população
ordeira. De 1915 a 1917, um milhão e meio de armênios, impossibilitados de se
defenderem, foram caçados e exterminados.
Igualmente, em 1929, a União Soviética desarmou a população
ordeira. De 1929 a 1953, cerca de 20 milhões de dissidentes, impossibilitados
de se defenderem, foram caçados e exterminados.
E já que imitamos tanto os nossos “irmãos do Norte”, vamos
ver como essa realidade se nos mostra, pela frieza dos números, como mais uma evidência
da inocuidade dessa medida que, em má hora, vem dar ainda mais espaço e
condições aos bandidos para agirem sem nenhum vetor às suas ações criminosas:
“Nos Estados
Unidos, onde a decisão de permitir o porte de armas é adotada independentemente
por cada estado, todos os estados com leis liberais quanto ao porte de armas
pela população ordeira têm índices de crimes violentos em muito inferiores à
média nacional, enquanto os estados com maiores restrições ostentam índices de
crimes violentos expressivamente superiores à média nacional. Washington, onde
a proibição é total, é a cidade mais violenta dos EUA,
Podemos
concluir que as estatísticas em todos os países mostram o desacerto desta
proposta, aparentemente sábia, mas que nos impõe o martírio compulsório, para
gáudio dos homicidas, ladrões, dos estupradores e dos assaltantes de
plantão.
Agora
eu imagino, um infeliz camponês, em propriedade retirada do centro urbano, sem
telefone para chamar a Polícia em caso de assalto e ameaça da sua vida e da
vida de sua família, ter negado o
direito de sequer possuir uma
espingarda “pica-pau”, dessas antigas de carregar pela boca, contra invasores sem lei, sem medo e
sem-vergonha. Por certo, de pronto a
Polícia irá buscar, em nome da Lei do Desarmamento, a tosca defesa do lavrador
e, pior ainda, entregá-lo às malhas da lei pelo crime de ter uma arma em casa.
Oras,
vamos contemplar os dois lados da moeda.
Lembremo-nos de que a vida é uma só, e
para cada um de nós, tem o direito natural de ser defendida.
Agora, pelo que
vemos, somente com unhas e dentes pela modernidade utópica dos que impõem suas
fantasias pacifistas em nome da vida dos outros.
- O
Autor é Escritor e Jornalista
Página na Web : www.3.portaldaliteratura.fhp.com.br
0 comentários:
Postar um comentário
Comentários sempre serão bem-vindos!
Para assinar sua mensagem, escolha a opção "Comentar como -Nome/URL-" bastando deixar o campo URL vazio caso você não tenha um endereço na internet. Forte abraço!