SAÚDE PARA TODOS


Assim deveria ser a cada nova conquista da ciência, principalmente na medicina e farmacologia, em que os mais modernos medicamentos e processos de exames, estivessem ao alcance das massas. A realidade, contudo, mostra uma situação  bem diferente. Não só nas capitais se verificam filas enormes de pacientes em busca de medicamentos, mas também nas pequenas cidades o quadro é doentio e desolador.

De longa data, tem-se priorizado a educação como fundamental para o bem-estar da sociedade e mesmo para sua própria promoção social a degraus melhores de obtenção do necessário para o custeio e manutenção da vida. Na saúde, o que se verifica, é que o governo nem sempre pode dar conta da demanda  e o povo, por seu turno, habituou-se a ser mal atendido.

Hospitais ficam ao deus-dará, deficitários todos. As Santas Casas deixam de fazer jus aos nomes, pelo inferno de dívidas que se acumulam, por conta da escassez de recursos, oriundos de repasses aquém dos próprios custos, com médicos mal remunerados e às vezes com pagamento em atraso. Medicamentos em grande escala, de uso obrigatória, mil regulamentações seguidas com zelo pelas autoridades sanitárias e civis...

Cada prefeito, de cada cidade – já que a Saúde está municipalizada – deveria ter em conta que cada pessoa que vai a um centro de saúde ou a um hospital, já sai de casa, fragilizada, indisposta, propensa a ficar descontente e mal-humorada. É diferente de quem vai um estádio, e mesmo que a trave esteja caída ou o gramado todo machucado de crateras, e a bola não seja  grande coisa, o ânimo, o próprio espírito do lugar dispõe cada qual para o lúdico e o descontraído.

Toda esta parafernália de novos processos de cura, instrumentos, novos medicamentos, top de linha das terapêuticas nas mais diversas modalidades, são ficções para o povo, que mal consegue, e a às vezes a  muito custo,  obtêm   remédio nos postos de saúde na maioria das cidades deste País. Esta situação não se verifica em países civilizados.

Ademais, a medicina é a ciência com maior reserva de mercado que existe em nosso país. Com todo o respeito e apreço que tenho pelos cubanos, é uma vergonha para nós a importação de médicos de Cuba. Falta mesmo é vontade política. Não é possível que se houver vontade política,  não se faça com que o número de médicos aumente, ao ponto de a oferta (de profissionais) equilibrar  a procura, como ocorre na Espanha.

O grosso da população de nossa juventude nem sequer pensa em cursar medicina, pois no Brasil, algo que deveria soar como de utilidade pública, sempre foi uma disciplina das elites, a começar dos vestibulares, onde não há muito tempo, para ingressar numa faculdade havia que passar por máfias que vendiam gabaritos.

Falamos tanto em socialismo, e a socialização da medicina fica esquecida, porque a precariedade do atendimento que hoje assistimos, em nada nos credencia como país justo para com a maioria dos brasileiros. Que mais verbas sejam carreadas para a Saúde. Os países ricos – como mostrou a Rede Globo – investiram maciçamente em educação, mas isto só depois que resolveram o problema da saúde. Da mesma forma, acredito que o governo brasileiro – em todos os níveis  - federal, estadual e municipal, deveria fazer um mutirão permanente pela saúde, já e agora.

Geraldo Generoso
escritor e jornalista

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