Moacyr Scliar escreveu na Folha de Domingo, dia 12/09/2010, Ilustríssima, Pág. 3:
“...o beijo, o ato sexual, o orgasmo foram o ponto de partida para grandes obras literárias. Mas será que isto vale para outras funções biológicas? Será que é possível compor uma canção, ou um poema, ou um ensaio sobre o ato de urinar? Ou sobre as funções intestinais?”
O ensaio me levou a aceitar o desafio do exercício poético, e eis o que resultou:
Não é em vão chamar-se vaso
o recipiente
que acolhe o liquido morno
quase quente
a descer como ouro do ocaso,
a aliviar o transtorno
de um androceu ou gineceu
conforme o caso.
Nas cores - branca ou amarelada –
acaso se o lugar é uma calçada,
exige cuidados de ocultista
para velar da curiosa vista
da multidão apressada
a urina na pista
que faz a alma aliviada.
Ela nasce líquida e certa
de encantados locais,
que inspiram poesias e hai-kais
por uma perna entreaberta,
que no alívio se desaperta
e que compartilha
em sua origem, da visão deserta,
o seu canto com as águas seminais.
Ge Generoso – Ipaussu – SP
Jornalista Mtb.33.788
* * *
Caro Dr. Moacyr Scliar,
Lendo sua biografia em que consta sua condição de médico, entendi melhor o porquê de seu ensaio na Folha de domingo último.
Sou seu fã. Um grande abraço.
Geraldo Generoso
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