A VIDA OU A MORTE, QUEM É A MAIS FORTE?

Qual a sua conclusão?

Quando nos deparamos com os 50 anos de vida, daí por diante, inevitavelmente, por mais que nos tentemos nos alhear da realidade circundante, não mais logramos êxito em tão somente nos queimar ao fogo das horas, mas a refletir e sentir na alma uma mudança de foco em nosso entendimento do que é a vida.
Quando jovens, nosso lema é olhar para frente. E, de fato, é para frente que se anda. Mas o nosso caminho - que nunca o fazemos sozinho, mas sempre acompanhados por uma multidão de pessoas - vai nos impondo certas concepções de vida diferente daquela dos nossos tempos de velocidade.

Sem querer saimos daquela configuração dinâmica, motivadora e atraente, para dimensões mais reflexivas e filosóficas. Até certa altura da vida, principalmente até os 40 anos, é como se víssemos, na multidão de que somos parte, as mudanças felizes. Ou, no mínimo, mais positivas do que negativas, mais promissoras do que assutadoras.

Deixamos de lado muitos medos. Espancamos fantasmas ingênuos que insistiam em nos atemorizar. Mas, a dura realidade, é que outros fantasmas, de ectoplasmas mais consistentes, passam a rondar nossos passos, nas noites silentes de nossas vigílias.  Percebemos que apenas barganhamos temores antigos por temores mais novos e menos desejáveis na proporção que a experiência nos alcança ao longo da estrada.

Antes, na maioria das vezes, achávamos graça daquelas crianças que há pouco tempo se agitavam no colo dos pais, já rapagotes e meninotas crescidos, diplomados. Víamos alguns se casarem, e deles advirem novos rebentos, num milagre delicioso a rescender luz e vida, a ponto de nos contagiar numa  mentalidade otimista.

Na medida que o tempo, o nosso tempo, avança, de repente começamos a perder pessoas queridas e conhecidas. E não podemos ver nem saber para onde foram. Já não nos respondem. Nem sequer o silêncio delas sugere qualquer coisa, já que as feições se extinguem num completo nada sem resposta.

Sobre outras das nossas companhias de viagem, coetâneas e contemporâneas, nos vem a triste notícia de que passam por seus calvários, rumo ao gólgota final, a que todo vivente está destinado. São circunstância aterroradoras. Quer queiramos quer não, elas mexem com nosso íntimo e toldam nossos pensamentos numa nuvem negra de indagações irrespondíveis. Perguntamos o porquê de tudo isto, mesmo sabendo que são inquirições vãs jamais respondidas.

Neste momento, aqui ao improviso do teclado, surge-me uma questão vital (ou mortal) do significado de tudo isto. Desta passagem por este vale (que alguns chamam Vale de Lágrimas). Qual o porquê deste fadário, desta sina humana, que nos é fatal, mais dia, menos dia. São sentimentos dolorosos, necessariamente não negativos, mas que mexem com o mais profundo de cada um de nós. E me descubro a perguntar: Quem é mais forte, a morte ou a vida?

Dando curso a esta proposta de pensamento, eis que vejo a cada canto, em cada molécula, em cada átomo, em cada célula vivente uma luta ainda mais gigantesca, onde a vida se impõe em tudo e em todos.  Confronto no cartório civil dois registros de natureza oposta: os de óbito e os de nascimento. E eis que a vida vai dando de goleada sobre a sua adversária milenar.

No milagre da vida, por irônica contradição, ainda hoje, cumprindo um dever social de acompanhar um enterro, eis que me deparo, a brotar da dureza de um túmulo, entre as fendas do mármore insensível, uma flor cuja semente ali se arrebentou, num grito mudo de que a vida vence.

Somos parte indivisível desse Todo que se resume no Único, chamado Universo. Fazemos parte desse encadeamento indestrutível, sempre em movimento, na sincronia do Céu e da Terra. E percebemos que a Natureza nunca se vinga, sempre se recompõe, até mesmo para aqueles de seus filhos ingratos que às vezes, como eu, chega acreditar em finitude, quando o que acontece, nada mais é do que as mudanças necessárias para que a vida se perenize em todas as dimensões.

Um comentário:

  1. Parabéns meu querido Mano JG, é como bem entendi aqui, tudo vem com o destino, feliz aquele que crê no senhor, da terra viemos e para terra voltaremos, oque levamos e oque passamos é Deus quem determina, por isso devemos ser sêr humano enquanto vivente. Gostei muito de ler esta mensagem, tu és um sábio!!!!

    Abs;
    Ramiro Vióla.
    Botucatu-SP.
    28-03-2012

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