No universo tudo é dual. Alterna-se entre quente e frio, dia e noite, pobreza e riqueza, feio e bonito (este conceito já de muita relatividade). Pois bem, há até a expressão inveja boa, como sinônimo de admiração pelo que uma pessoa é ou faz na vida. Tudo isto é muito óbvio. Mas a palavra inveja é tão feia, que deveríamos evitar o seu uso como sinônimo de qualquer coisa.
No entanto, há pessoas que morrem de medo quando se sentem ameaçadas pela inveja de alguém ou de alguns. Oras, não há como evitá-la, mesmo quando, às vezes, possamos estar na condição de "invejado a invejar os invejosos" como disse Castro Alves em seu imortal poema "Hahasverus".
Mas agora vem o cerne da questão aqui trazida: Até que ponto a inveja de alguém pode nos prejudicar? Para começar, todo invejoso é um incompetente, medroso, problemático, de mente doentia, ou maldosa mesmo, porque há tratamento para complexo de inferioridade, mas para inveja não conheço. Invejoso legítimo não quer mudar, de forma alguma. E só se sente grande na tentativa de tornar os outros menor do que ele.
E por dispor de uma mentalidade insana - e até certo ponto a inveja é mesmo uma insanidade - ele nunca está contente por mais que diminua a pessoa invejada. Só que, a rigor, o invejoso, como disse Voltaire "é o carrasco de si mesmo". A sua própria incompetência, a sua dificuldade em dispor de uma inteligência emocional capaz de acrescentar amigos ou prosperar no ramo em que atua, o faz cada vez mais sofrer desse pecado capital que o atormenta.
Nenhum pensamento de inveja alheia pode fazer qualquer mal em condições normais. Pode, em certos casos, o invejoso, quando dotado de uma mentalidade mórbida, anormal e ególatra - muitas vezes apelar para calúnias e difamações a fim de prejudicar a sua vítima nos negócios ou na vida pessoal, conjugal ou familiar. Mas aí a inveja já é caso de polícia, não é caso de psicologia.
Não se preocupe se você é invejado. É muito melhor você ser digno de inveja do que digno de dó, de piedade. Porque o mundo está cheio desse sentimento. Vem desde o princípio da história da civilização. Remember Abel e Caim.Ou da fábula da cobra que tomava como insulto o brilho de um pirilampo.
Meu avô usava um ditado muito apropriado para tais infelizes, que por inveja vivem a praguejar contra os outros: "Praga de urubu não cai em cavalo gordo". Há também um provérbio popular que mata a pau essa questão e até serve de sugestão aos que agasalham a sensação invejosa, nada mais do que reveladora de sua confessa impotência e inferioridade: "Caso o trabalho, o estudo, o preparo ou o modo de vida de alguém lhe cause inveja, caro invejoso, imite-o e tente fazer o mesmo."
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