SEM FALSA MODÉSTIA

Sempre que alguém diz: "Modéstia à parte", é inevitável que a vaidade ocupe essa parte que ficou de lado. Mas este mundo é tão contraditório e contrassensual, que há pessoas orgulhosas da própria humildade ou modéstia.

A rigor, humildade tem dois sentidos: o alto e o baixo. Quando se diz que tal  pessoa é  humilde pode ser uma referência ao seu estado socioeconômico, próprio daquelas  - infelizmente em maioria no Brasil- situadas na faixa de baixa renda.

Ao mesmo tempo pode indicar uma pessoa detentora de talentos e dons, que não se orgulha por isso. São tão cientes do valor próprio que sua autoestima não precisa berrar para que os outros ouçam que ele é o "bom" ou ela, "maravilhosa".

Humildade, no entanto, jamais pode ser sinônimo de covardia. Se todas as pessoas fossem normais, equilibradas e dotadas de senso de justiça,  a humildade incondicional até seria recomendável. Infelizmente, não é o caso. Há aqueles (e são muitos) que gostam de humilhar aos que se humilham.

Yoritomo Tashi escreveu um livro muito importante, onde ressalta que sempre se deve evitar o pecado contra a energia. Melhor aquilatando os seus dizeres, se no universo tudo é energia, precisamos, às vezes, fazer valer a nossa, diante de certas pessoas prepotentes e indelicadas.

O mundo cumpriria com mais justiça aquela advertência de Abrahan Lincoln, quando afirmou ser "impossível enganar a todos os tempo todo". Infelizmente há alguns personagens, seja na aldeia ou nos grandes centros financeiros e políticos que, no mínimo, enganam praticamente todas as pessoas, na maior parte do tempo. E, pior ainda, há as que as escolhem e as aplaudem.

A minha humildade vai até o ponto em que eu me permita ser eu mesmo, com minhas qualidades e defeitos. Não vou colocar modéstia à parte nem no todo. Sou o que sou, e sempre serei, enquanto aguentar nas minhas pernas e no meu pescoço...

Em Ipaussu, em São Paulo e no Brasil, quem tiver ouvidos, ouça.