Alfarrábios do Generoso: E VIVA O VERDÃO
Alfarrábios do Generoso: E VIVA O VERDÃO: Não é possível! É o cúmulo! Olha lá o Hilário! Pelado pela rua – disse o dono da Cantina Monte Castelo, bem no coração de Florópolis....
E VIVA O VERDÃO
Não é possível! É o cúmulo! Olha lá o Hilário! Pelado pela
rua – disse o dono da Cantina Monte Castelo, bem no coração de Florópolis.
Todos o conheciam na pequena cidade. Tido como
anormalmente alegre, nos últimos dias apresentava uma conduta diferente da
habitual.
Um pouco sério e
menos comunicativo. Lá estava ele na Praça Dr.
Raphael de Souza, nu em pelo, desfilando pela rua principal. Dispensava
breve atenção às vitrines com quem disputava a curiosidade dos transeuntes e
motoristas que passavam ali por aquela via central.
Ao expresso espanto do proprietário da cantina juntaram-se
outros comentários e Hilário virou o eixo polêmico de uma questão inédita.
Algumas pessoas riam.
Uma senhora robusta baixou levemente o olhar em direção
ao nada, mas seu olhos não acompanharam tal intenção. Uma garota olhou
sobressaltada, como se conferisse não se tratar de uma miragem.
Pessoas se juntavam em pequenas rodas a discutir sobre
aquela inusitada cena. Hilário realmente excedera na dose. Abilhoado de
nascença, a anormalidade até então não lhe granjeara nenhuma notoriedade. Consideravam-no um louco
manso.
Mas agora não, pois lá estava ele de forma exótica,
totalmente à vontade, circulando pela área central da pequena urbe e
polarizando as discussões.
Passou pela frente da Nossa Caixa, atravessou a rua e
alcançou o Bar Língua Preta. Olhou para o chão à procura de um lugar para
deitar-se. Olhava indiferente para os lados. Seus olhos, meio achinesados, não
tinham um ponto de referência definido. Nem um pouco se importava com as pessoas que o estavam vendo ou
fingindo não vê-lo.
Calçava apenas um par de chinelos vão de dedo, sendo um
dos pés na cor verde e o outro, na cor amarela. Ali se postou na
lateral esquerda da praça, próximo a uma lixeira de concreto.
Ali mesmo deitou-se alheio a tudo e a todos.
Talvez
apreciasse aquele ponto porque era um funil por onde escoava o maior número de
transeuntes.. Mesmo antes de aderir ao que podemos chamar naturismo solitário,
era ali o seu ponto predileto de parada.
- O que faz a Polícia? Onde estão as autoridades? Cadê o
prefeito, o delegado que não vêem essa pouca vergonha em plena praça? Além
disso o rapaz é superdotado, mesmo com a ferramenta em repouso – pergunta em
alto tom de voz Anselmo Santos, um octogenário que dizia nunca ter visto tal
cena, de alguém pelado sair assim pelas ruas sem mais nem menos.
- Ei, seu Anselmo, isso é um problema sério. Esse Hilário
não tem jeito mesmo. Mas, no fundo, ele está se aproveitando da própria loucura
para abusar do povo, principalmente aqui nesta praça central da cidade. Olhe lá
uma mulher vindo para cá...coitada...E a polícia não pode fazer nada. Ele é
inimputável – emenda Tião Alves, funcionário da prefeitura.
- Um puto! Um puto! Isso é que ele é –conclui Anselmo.
De fronte a lixeira havia uma loja de confecções. O dono
veio correndo com um calção na mão. Parou diante de Hilário. Este o olhou
curiosamente mas sem muito interesse.
O lojista estende-lhe o calção para que o apanhe. Hilário
levanta-se, apoiando a mão nos ombros de seu benfeitor enquanto enfia as pernas
pela peça para vesti-la.
Confere como assentou-lhe o tecido sobre o corpo e sorri
em aprovação agradecida. Incontinenti partiu para casa e saiu de cena. Mas não
por muito tempo.
O assunto sequer teve o tempo de esfriar nos interlocutores da
praça. Refazendo o mesmo trajeto de meia hora antes, Hilário volta a desfilar
novamente nas mesmas condições pelas quais ganhara um calção. Completamente
nu, com seus chinelos vãos de dedo bem brasileiros (verde um pé, amarelo
outro).
Mas agora
ele contorna e dobra à direita e caminha meio quarteirão além da praça. Um despachante interrompe o serviço na
máquina de escrever, sobressaltado ao vê-lo passar com a maior naturalidade por
sua porta vestindo apenas aquele par de chinelo gasto.
O folgado Hilário agora se posta diante de uma loja de
roupas, farta de portas, sem qualquer constrangimento. Ato contínuo
deita-se na calçada para ver a vida passar. Defronte há um açougue. Dona
Rosania , proprietária daquela loja, chama por Laércio, o açougueiro:
- Laércio, você poderia dar uma chegadinha aqui, por
favor?
De pronto o açougueiro vem atendê-la mas, na pressa, traz
na mão direita o facão com que estava cortando toicinho. As pessoas à volta
ficam tensas e a impressão que o quadro sugere dispensa detalhações específicas.
Aquela protuberância entre as pernas de Hilário poderia
emprestar ao objeto cortante uma inédita serventia. Mas o açougueiro passa pelo
nudista sem dar-lhe atenção e vai direto para saber o que deseja dona Rosania,
a vizinha dona da loja.
Embora fosse
a primeira vez que via Hilário destrajado, ultrajando o pudor público por falta
de poder público, o açougueiro passou direto e postou o ouvido bem perto de
Rosania, repetindo gestos de cabeça, afirmando entender o que ela lhe pedia em voz inaudível para a platéia
improvisada que o desnudo Hilário conseguira reunir em segundo tempo.
- Pois não, dona Rosania – disse o jovem Laércio, ao mesmo tempo, o sem-miolos
balançava despreocupado, aliviado de qualquer vestimenta, os pés em folgada
ginástica dos artelhos
.
Por conta
dessa movimentação, seu objeto de vergonha ora reclinava para a esquerda, ora
para a direita. Laércio depôs o facão sobre o balcão da loja e foi para o lado
de Hilário dizendo-lhe: “Vista este calção vermelho. Veja como ele é bonito.
Vamos ver, Hilário, se ele serve para você. Vamos, experimente. Se servir, você
pode vestir e ficar com ele para você jogar bola.
Dona Rosania permanecia na
calçada, agora com mais pessoas presentes por volta.
Hilário esboça um sorriso espichando ainda mais os olhos achinesados,
engastados no rosto comprido, magro, com uma franja sobre a testa, e diz para o
açougueiro:
- Ei, Laércio! Esse calção é igualzinho o que eu ganhei do seu Saliba.
Vestiu o
calção e foi-se rua afora sem mais palavras. Pelo caminho foi conferindo a
elasticidade do pano, abrindo-o à cintura e experimentando a resistência da peça.
Ganhou o
rumo da estação ferroviária. Dali a pouco regressou trajando, novamente, apenas
os chinelos inseparáveis, gastos pela dedicação de seu usuário.
De novo
estava Hilário na praça , em passos miúdos, como uma vitrine ambulante, com
furúnculos sobre as nádegas brancas, ainda não acostumadas a proezas naturistas
que ele iniciara sem mais nem porquê.
Desceu
pela rua Luiz Coelho e estacou diante de outra loja do mesmo ramo da qual
descolara o último calção. O ritual se repetiu.
Deitou-se no gramado próximo a
um ponto de táxi com o indicador viril apontado para cima e
ali permaneceu.
Seu Jorge Jubran, o proprietário, de origem árabe e nos seus
setenta e poucos anos, foi ao seu encalço e ofereceu-lhe um calção. Agora já
era o terceiro. O comerciante fez-se de zangado para convencê-lo a vestir-se:
- Vista isto já, seu moleque! Que coisa mais feia –
disse-lhe o árabe em dissimulada indignação.
- Ah, seu “Jóige”, eu quero um calção verde. Vermelho já
tenho dois. Afinal, eu sou palmeirense. O senhor não sabe?
Alfarrábios do Generoso: O TREM DO SUCESSO - 2ª PARADA
Alfarrábios do Generoso: O TREM DO SUCESSO - 2ª PARADA: A ÚNICA FELICIDADE É AQUI E AGORA A maioria das pessoas vive a emitir promissórias da própria vida. Freqüentemente sacamos sobre o f...
O TREM DO SUCESSO - 2ª PARADA
A ÚNICA
FELICIDADE É AQUI E AGORA
A maioria das pessoas
vive a emitir promissórias da própria
vida. Freqüentemente sacamos sobre o futuro ou revolvemos as moedas do
passado, com validade vencida, incapazes de comprar a
migalha sequer de um momento. Tanto uma atitude quanto a outra faz abortar o
presente. Seria de bom juízo cada qual
fazer um balanço de sua própria vida.
Este dia que ora transcorre já morou nos sonhos. Foi embalado em nosso
ontem pelo ideal projetado para o dia atual. Mas este dia que ora flui, montado
sobre os ponteiros do relógio, infelizmente não veio da forma imaginada.
Tanto isto
é verdade que, assim como milhares de outras pessoas, enxergamos mas nem vimos
a beleza do sol nascente com o canto dos primeiros pássaros da manhã. Ou nem
percebemos a chuva acariciando a relva
ao abrirmos as janelas de nossa casa.
Isto porque, tempos atrás,
seguindo um hábito em linha reta, já tentamos viver este momento, em um outro
dia qualquer. Assim, foi sobreposto este futuro, que será passado, sobre o
ontem que deixamos de viver pensando no dia de hoje.
Auto-observação
Somente mediante
uma acurada observação de nosso próprio modo de ser e de viver é
possível mudar este hábito de deixar os bons momentos para o dia seguinte.
Temos de mudar o costume de lançar nossa tenda no futuro. No ato de
programarmos o porvir empregamos mal o presente. E não só isso, maltratamos o
dia que passa como se ele não oferecesse
a mínima importância.
Esta atitude, no entanto, é
compreensível, se analisada sob um
aspecto fundamental: o senso natural de imortalidade. Como disse Jesus Cristo,
ratificando as palavras de Davi "vós sois deuses". Sim, nós somos
deuses. Daí que a consciência nos permite viver sem uma definida junção ao
tempo. Sabemos, bem lá no fundo de nossas almas, que o calendário não nos
sujeita ao seu império.
Mas enquanto seres humanos
Por outro lado, nossa vida humana individual, nos faz
partícipes de um cenário limitado. Assim
como, quando em criança, brincávamos de
pega-pega , amarelinha, peões e pipa, a vida humana, sob sua feição terrena,
tem uma escala de momentos a ser vivida. Pouquíssimas pessoas sabem desempenhar
o seu papel nesse jogo, ou brincar nesse brinquedo. O bem viver o dia presente
é administrar bem os pensamentos e emoções de cada
minuto.
É dar agora o abraço mais forte. Dizer a melhor
palavra. Fazer a mais expressiva demonstração de apreço e a oferenda de nossa
mais elevada gratidão. Falar com todas as palavras do nosso afeto aos que nos
circundam.
É colocar no trabalho deste
momento o empenho mais entusiasta, a fé mais veemente, a atenção mais acurada,
o nosso próprio ser, como um todo, neste dia que não voltará mais.
Sem medo de ser feliz !
Pelo fato de cada ser
humano dispor de uma inata predisposição à felicidade, sob os aspectos instintivo, mental e espiritual, fica
evidente que fomos talhados para realizar o melhor de nós mesmos na face da Terra. Esta sublime
tendência, às vezes nos conduz à busca
de estar feliz em vez da busca de ser feliz. Nessa busca incorreta, acabamos, temporariamente, por nos perder a nós mesmos. Sem nós, não há a mínima
chance de qualquer felicidade.
Quando nos direcionamos na busca dos valores espirituais, aí sim, somos e vivemos verdadeiramente felizes,
ainda que atravessando períodos de turbulência. É para esta procura que fomos
talhados por Deus a fim de levar avante o Seu projeto de eternidade, feito com
os tijolinhos de cada dia de nossa existência.
O estranho e psicodélico
mestre afastou-se do cenário sem dar as costas, sempre insistindo em manter o
gesto de Paz e Amor, com os dedos indicador e médio.
Alfarrábios do Generoso: PROCURA DE AGENTE LITERÁRIO
Alfarrábios do Generoso: PROCURA DE AGENTE LITERÁRIO: PROCURO AGENTE LITERÁRIO NOS ESTADOS UNIDOS. AUTOR DE VÁRIAS OBRAS, A MAIOR PARTE INCONCLUSAS, O OBJETIVO É LANÇÁ-LAS NOS ESTADOS UNIDOS. ...
PROCURA DE AGENTE LITERÁRIO
PROCURO AGENTE LITERÁRIO NOS ESTADOS UNIDOS.
AUTOR DE VÁRIAS OBRAS, A MAIOR PARTE INCONCLUSAS, O OBJETIVO É LANÇÁ-LAS NOS ESTADOS UNIDOS.
NÃO A JUÍZO PESSOAL, MEU, MAS DE ESTUDIOSOS DE LITERATURA, SÃO OBRAS DE BOA ACEITAÇÃO PÚBLICA, TANTO POR LEITORES COMO PELA CRÍTICA.
GERALDO GENEROSO - IPAUSSU, ESTADO DE SÃO PAULO - BRAZIL
E-MAIL: braunaster@gmail.com
AUTOR DE VÁRIAS OBRAS, A MAIOR PARTE INCONCLUSAS, O OBJETIVO É LANÇÁ-LAS NOS ESTADOS UNIDOS.
NÃO A JUÍZO PESSOAL, MEU, MAS DE ESTUDIOSOS DE LITERATURA, SÃO OBRAS DE BOA ACEITAÇÃO PÚBLICA, TANTO POR LEITORES COMO PELA CRÍTICA.
GERALDO GENEROSO - IPAUSSU, ESTADO DE SÃO PAULO - BRAZIL
E-MAIL: braunaster@gmail.com
Alfarrábios do Generoso: O TREM DO SUCESSO
Alfarrábios do Generoso: O TREM DO SUCESSO: Primeira Parada Neste nosso passeio, ao roncar dos motores da locomotiva, embrenhamos por um túnel iluminado, aparentemente infinito, d...
O TREM DO SUCESSO
Primeira Parada
Neste nosso passeio, ao roncar dos motores da
locomotiva, embrenhamos por um túnel iluminado, aparentemente infinito,
descansando nossos olhos na paisagem em derredor, às vezes com a vegetação machucada pelas intempéries, mas no geral as
tintas da exuberância predominam no cenário.
Tudo está muito claro à nossa volta. A luz está a
nos mostrar que estamos protegidos, no interior da montanha imensa, por um envoltório de aço nas paredes do amplo
túnel pelo qual o trem vai avançando
devagar.
E aqui a conversa passa a ser muito séria. No
interior deste rochedo, cuja portentosa estrutura sugere segurança, o trem vai
fazer a primeira parada. Nesta fortaleza, parte feita pela Natureza e parte,
por mãos humanas, vamos conversar sobre um princípio da verdade, tão ou mais
sólido do que o próprio cenário onde estamos refugiados dos bulícios do mundo
lá de fora.
Estranho Personagem
O túnel forma uma perfeita câmara de eco. Isto
permitirá ouvir a voz clara e forte de um eremita. A chusma de passageiros se
espreme pelas portas de saída do trem
que está em silêncio. Todos se mostram
curiosos por esta primeira parada para ouvir aquele habitante que emerge
de uma caverna incrustada no interior daquele penedo.
Tudo conforme previsto no roteiro, exceto que o
mestre, em lugar das sandálias calça um par de tamancos. Também ninguém
esperava encontrar o filósofo prometido pelo guia turístico vestindo uma calça
azul e desbotada com barras esgarçadas. Menos ainda que, em vez de um austero
manto, ele cobrisse o peito apenas com
uma camiseta branca, sem mangas. Somente
a barba, negra como seus olhos que pareciam fuzilar à distância, lhe emprestava
um certo tom exterior de sabedoria e espiritualidade.
O Mistério Maior
E assim, ali mesmo, ao ar livre, em pé sobre uma enorme pedra, vamos ouvir as palavras de nosso primeiro
guru:
“Galera, eu
sei que o bicho tá pegando. Eu sei que não é mole para cada um de vocês ter que
brigar sempre em desvantagem para
descolar o rango, vestir um pano
à prestação, morar à prestação, e ainda assim levar uma vida que não tá
com nada.
Pular cedo,
pegar trilho e sentir a galera se espremendo. Ou pular num trem metropolitano !
Aí, meus maninhos e maninhas, o bicho pega solto e o caldo
engrossa. Espreme daqui, espreme de lá,
até chegar para o trampo e repetir o mesmo barato do dia anterior,
quando aconteceu a mesma coisa e no fim não aconteceu nada, porque a vida
passou a ser um tremendo bagulho.
Mas, entre
vocês também se encontram pessoas ricas, gente que comprou tudo, ou quase tudo
que a grana pode comprar e, mesmo assim,
está com a cuca cheia de grilos.
Pô, esse
barato tá errado, meu! O cara dá um duro e continua sem cascalho. E continua
trabalhando só por trabalhar. Outro maninho tem grana à beça pra deitar o
cabelo para a Europa, Estados Unidos e
os cambaus, e também fica grilado, numa tremenda fossa, sem tesão para curtir o
barato da vida.
Gente, tem
coisa errada. E a gente tem que descobrir que o
barato não deve nem pode ser
esse. O neguinho fica embaçando,
embaçando, de repente o bicho estica os membros, veste o pijama de pau e aí o bicho come tudo que é
do homem.
Se tem trampo,
o trampo cansa. Se não tiver trampo não
tem nem direito a não ter nada. Essa configuração tá braba, meu!
Mas a galera
não se move. E quando digo pra se mover não é partir pro pau, não. Isso já era,
malandro. Tem mais é que usar a massa cinzenta, levantar dois dedos pra
cima e acreditar no lema Paz e Amor,
bicho. Só que o cara quando fala isso dá uma de currupaco, repetindo as coisas
sem ter noção do barato que tá dizendo.
Bem, galera, o
que eu queria era bater pra vocês uns macetes, ainda que estou meio novato
nessa manha de sobrevivência, mas já levei muita porrada e cansei de só viver
fazendo porralouquice, porque descobri que tem muita coisa legal, tem muita
gente legal e sempre tem um caminho muito da hora para a gente seguir quando
encara um barato novo e não se conforma em viver como barata tonta, dando banda
de revoltado e deixando tudo pra depois da missa, sem dar conta de que o
momento que está pintando agora é o que conta.
Façam aqui uma
promessa pra valer: de nunca mais olhar para o dia que já se foi, nem tentar
adivinhar o dia que vai pintar amanhã.
Vou bater para vocês, em linguagem de gente, uma
mensagem que copiei há algum tempo de um rabisco moderno e espero que esta seja
a primeira mensagem para curtir a vida numa boa, sem incucações e sem grilos.
(continua) Se gostar, compartilhe. Abraço a todos. Geraldo Generoso
(continua) Se gostar, compartilhe. Abraço a todos. Geraldo Generoso
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Alfarrábios do Generoso: SILêncio na noite: SILÊNCIO DA NOITE Extraído do Diário escrito em 04 de outubro de 2011. ...
A Você que me deu a honra de seu
compartilhamento
na leitura destes meus rabiscos,
um abraço,
daqui pra frente, sem palavras
e sem ponto final.
GeGê
25 de agosto de 2016.
Ipaussu city, Sant Paul State, Brazil, South America
SILêncio na noite
SILÊNCIO DA NOITE
Extraído do Diário escrito em 04
de outubro de 2011.
Mais uma
noite guardo
O silencio dos
teus passos
E no vazio
do espaço
Carrego o
fardo
Do vazio do
teu abraço,
Com flocos de noite
Com os quais
me enlaço.
ODE AO TOTÓ
Porque não sou o céu no infinito aberto
Nem sou deserto, em seus
caminhos sem termos,
Não posso me isentar do vício da posse,
Da busca do espaço, do calor de um abraço,
Da sensação do “meu” ou do “nosso”.
Porque não sou o mar de águas tantas,
Que pode esparzir gotas e espumas sem limites,
É que a dor da solidão,
Ainda que a dois
Tanto me dói,
A corroer todos os meus
motivos;
A arredar todas as minhas metas,
A matar o “eu mesmo” neste “não ser” forçado.
Sinto quase a sensação de abandono,
E bendigo o sono
Que me faz imergir
No meu nada que resta,
Nesta
Pequena fresta
Que vejo surgir
Dos olhos de meu cão de quem sou dono:
De quem sinto companhia,
A quem posso falar
A qualquer hora do dia, e
ele,
Mesmo sem o dom da fala,
Jamais se cala,
No simples abano de
sua cauda
Ensina-me que não sou só
Porque me resta um amigo.
FILOSOFANDO
![]() |
Brasão da Família Generoso |
Cerre o portão do futuro
E feche as portas do passado escuro
Porque o presente é mais iluminado.
Esqueça o que passou e viva em paz.
Esqueça tudo que ficou pra traz,
Sufoque o som das vozes do passado.
Esqueça quem quiseste e não te quis,
Só assim é que se pode ser feliz
-Não revolvendo mais essa ferida.
Encare com coragem o presente,
Porque o dia de hoje é tão somente
A realidade e a verdadeira vida.
De fato neste mundo existe dor,
Para consolo existe um grande amor
Que nos conforta a alma e enxuga o pranto!
Mais de uma vez a experiência disse:
-Existe um mago encanto na velhice
E, dentro da própria morte existe encanto!
CANÇÃO AO PASSADO
Passado, volte como as andorinhas
Saudando as luzes do verão nascente;
Passado, vem trazer-me em toscas linhas
Poesia que não há em meu presente.
Passado, volte como a primavera,
Que em meses de setembro a tudo enflora;
Volte, passado, para a minha vida
Trazendo a vida que levaste embora.
Dê-me, passado, no presente escuro,
O teu clarão e luminosidade;
Que inteiro te entrego o meu futuro
E inteira te devolvo esta saudade.
FELICIDADE
Por trilha errante a palmilhar a estrada,
Cheia de passos que o destino aponta,
Fui buscar o clarão de uma alvorada
Que iluminasse a vida ponta a ponta.
Minha alma se fartou na caminhada
E das milhas que andei perdi a conta:
Queria ser feliz e na escalada
O preço que paguei me desaponta.
Na febre louca de vencer a luta
Contra os embustes do destino incerto
Tudo empenhei de forma absoluta.
Mas da nada valeu tão férreo empenho:
- Felicidade estava em mim, tão perto,
Que por longe buscá-la não mais tenho.
PENSAMENTOS ESPARSOS
ESPARSOS I
*
“O colibri,
com um simples fio de cabelo de milho
pregou um botão de flor
No vestido azul
da primavera.”
**
Após a chuva
O céu mandou de presente
um beijo de sol macio...
***
A flor vai longe
Quando pega carona
No bico de um beija-flor
****
A pedra muda
Tão vagarosamente
E nos diz tudo...
*
“O colibri,
com um simples fio de cabelo de milho
pregou um botão de flor
No vestido azul
da primavera.”
**
Após a chuva
O céu mandou de presente
um beijo de sol macio...
***
A flor vai longe
Quando pega carona
No bico de um beija-flor
****
A pedra muda
Tão vagarosamente
E nos diz tudo...
ESPARSOS II
*
Sentiu-se tooonta
A água da cachoeira
E veio abaixo...
**
Nenhuma fera
Fere gratuitamente
Quem a encarcera.
***
O passarinho
Já tem o seu cantinho
Guardado no céu.
****
Eterna criança:
- Cúpido sempre menino,
No colo da esperança...
*****
Noite sonolenta
De cansaço se espreguiça
Ao sol que a afugente.
ESPARSOS III
*
Quem primeiro bebe o perfume
É o frasco que o leva,
Quem primeiro vê o lume
É quem o acende na treva.
**
A gente só pode fazer a felicidade de hoje
se não deixar para amanhã o momento de ser feliz.
***
Há horas vazias
Com pautas de música em branco.
É assim que se escreve o silêncio...
****
Pode a noite tentar nos assustar com seus fantasmas
e acorrentar as horas lentas no fio de seus pesadelos.
Mas nada pode adiar o momento
ou impedir a chegada do alvorecer!
*****
O coração quase nunca tem razão. Mas quando ama
de verdade sempre tem certeza.
*
Sentiu-se tooonta
A água da cachoeira
E veio abaixo...
**
Nenhuma fera
Fere gratuitamente
Quem a encarcera.
***
O passarinho
Já tem o seu cantinho
Guardado no céu.
****
Eterna criança:
- Cúpido sempre menino,
No colo da esperança...
*****
Noite sonolenta
De cansaço se espreguiça
Ao sol que a afugente.
ESPARSOS III
*
Quem primeiro bebe o perfume
É o frasco que o leva,
Quem primeiro vê o lume
É quem o acende na treva.
**
A gente só pode fazer a felicidade de hoje
se não deixar para amanhã o momento de ser feliz.
***
Há horas vazias
Com pautas de música em branco.
É assim que se escreve o silêncio...
****
Pode a noite tentar nos assustar com seus fantasmas
e acorrentar as horas lentas no fio de seus pesadelos.
Mas nada pode adiar o momento
ou impedir a chegada do alvorecer!
*****
O coração quase nunca tem razão. Mas quando ama
de verdade sempre tem certeza.
POTRO REDOMÃO
Sou um potro
D e s g a r r a
d o
Sem arreio,
sem arado
Que galopa
Pelo prado
Que galopa
Pelo prado
Sempre em pelo
Pela vida
Em atropelo
Sobre os rastros
De uma tropa
Sem apelo
Recolhida...
Pela vida
Em atropelo
Sobre os rastros
De uma tropa
Sem apelo
Recolhida...
MENINA TRAVESSA
Posso, ao menos,
Sentir a sua graça
Quando você passa
Em passos pequenos,
E assim me confesso
Ao banco da praça.
Menina travessa,
Tão cheia de graça.
Já fez-me a cabeça,
E a vida passo
Enchendo o espaço
Com a sua graça
Com que a vida passa
Com você na cabeça,
Tão cheia de graça...
SONETO A IPAUSSU
Ó Flor do Vale que adoro tanto,
És ninho de ternura e encantamento;
Pela percepção do sentimento
Sinto o aroma especial do teu encanto.
Ó Flor do Vale, tu és meu alento,
Paciente ouvinte do meu pobre canto;
A ti cultivo no orvalhar do pranto
E te cultuo em risco ou em sofrimento.
Serena Flor que em êxtase transporta
A minha vida, que de amor perpassa
O meu ser abrindo tua singela porta;
Tu és a Flor perene que vegeta
Sobre o Vale esplendendo a tua graça
Ao pincel do pintor e á lira do poeta.
POETISA
Querida, és esplendor; és luz na imensa
Treva que envolve a minha vida; és canto
Que enche o silêncio; és-me tudo o quanto
Ainda resta da perdida crença!
Por dentro da névoa da neblina densa,
Rola em ondas de adeus magoado pranto;
Foi o amor imortal; foi a dor outro tanto,
Na igual proporção da ventura, a sentença.
Senti, sem rumo, da existência a meta;
Tentando em rimas tudo recompor,
Mesmo sem o querer, me fiz poeta...
Se a lira que tangi de leste a oeste
Tiver no estro pobre algum valor,
Os versos fui quem fiz; o poeta tu fizestes.
DOIS OMBROS
Esta pesada solidão
Não faz o mínimo sentido;
Talvez não exista explicação
Ao desespero sem razão
Pra este vazio não preenchido
Em algum lugar há de existir,
Talvez até bem perto mesmo,
Um coração viva a pedir
A alguém falar a alguém ouvir,
Alguém como eu vagando a esmo.
Neste mergulho até me assombro
O quanto a alma resistiu
A alguém buscar de tombo em tombo,
A ter vazio sempre este ombro
Se o ombro amado está vazio...
ENCRUZILHADA
A nossa estrada,
Em cruz, ilhada,
Foi nossa senda
Repartilhada
Em duas tendas
Estraçalhadas...
Seguimos ambos
Pelos meandros
De dias turvos
Sempre voltando
A idas tardes
Onde ainda arde
Em duas piras
Um mesmo incenso
De solidão...
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